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Concentração de microplásticos na Baía de Guanabara é uma das maiores do mundo

Partículas que são inferiores a cinco milímetros representam grande risco para o ambiente marinho

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A cidade do Rio de Janeiro deve muito da sua beleza á Baía de Guanabara. Se você não é carioca talvez não saiba mas a Enseada de Botafogo, que tem como pano de fundo o Pão de Açúcar, a Ilha de Paquetá, além da Ponte Rio-Niterói são algumas das atrações turísticas dentro da Baía.

O problema é que a Baía de Guanabara é mais uma das muitas riquezas presentes no Brasil que está sendo devastada. Uma pesquisa realizada na PUC, mostrou que a Baía se tornou uma das áreas mais poluídas por microplásticos no mundo. Isso não é nenhum motivo de orgulho e revela o fato de que a poluição que se vê na Baía de Guanabara, é bem mais profunda do que se imagina.

Os pesquisadores chegaram ao resultado comparando com outros estudos, o nível de sujeira registrado ali. As partículas são inferiores a cinco milímetros e representam grande risco para o ambiente marinho.

O biólogo Mario Moscatelli, disse que “Falta vontade política para despoluir a Baía da Guanabara”.

O estudo durou dois anos, e nesse tempo, a mestre química Glaucia Olivatto encontrou uma média de 7,1 itens por metro cúbico nas amostras coletadas perto do Aeroporto Santos Dumont, do Museu do Amanhã e da Ilha do Fundão. Uma pesquisa semelhante na Enseada de Jururuba, em Niterói, só que desta vez realizada pela Universidade Federal Fluminense, apontou uma concentração ainda maior. A bióloga marinha Rebeca Castro encontrou 16,4 itens por metro cúbico.

O dado é preocupante em comparação com outros estados, conforme apontam pesquisas, já que a maior concentração foi de 14 itens por metro cúbico, no estuário do Rio Goiana, em Pernambuco. Esse resultado, no entanto, foi obtido a partir de amostras coletadas depois de um tempo chuvoso em 2015.

Os índices em enseadas ou mar fechado são bem menores. Pra você ter uma ideia, na Baía de Brest, na França, os especialistas encontraram 0,24 item por metro cúbico. Maior que isso, só mesmo no Mediterrâneo Ocidental e no Mar Adriático, onde o resultado, em 2016, foi de um item por metro cúbico.

De acordo com uma reportagem do jornal O Globo, o microplástico de composição química polietileno, foi o tipo mais encontrado nas amostras das pesquisadoras.

De acordo com Glaucia: “O material pode ser resultado da fragmentação de objetos plásticos maiores ou ter sido transportado para as águas da Baía através dos efluentes domésticos.” a pesquisadora diz ainda que “Micropartículas do polietileno são utilizadas na formulação de produtos cosméticos, como os sabonetes esfoliantes. Com tamanho tão reduzido, boa parte pode não ser retida nas estações de tratamento de esgoto.”

As vítimas desse problema

Apesar de bem pequenos, esses resíduos são um risco enorme para a vida marinha, que é diretamente exposta a essas partículas. Isso porque as principais vítimas, que são os peixes, os mexilhões e as tartarugas, confundem microplásticos com comida e não conseguem digerir o material, provocando sua morte por sufocamento ou desnutrição, já que se sentem saciados com o suposto alimento.

De acordo com a bióloga Larissa Araújo, do projeto Aruanã, da UFF, que monitora a qualidade de vida das tartarugas, pelo menos 80% das tartarugas encontradas mortas apresentam lixo em seu organismo.

E se você pensa que isso não representa um risco real pra você, saiba que de acordo com Larissa, você está completamente enganado, já que o consumo de peixes e outros derivados do mar, tem a presença do microplástico. Os impactos dessa contaminação para a saúde humana ainda são analisados pelos cientistas. Mas de uma coisa você já pode estar certo, substâncias cancerígenas e tóxicas presentes nos microplásticos já foram identificados em estudos.

A maior parte dos detritos plásticos encontrados na Baía de Guanabara, vem do descarte de resíduos das atividades marítimas, que envolvem estaleiros e portos, práticas esportiva e pesqueira, além de cruzeiros turísticos. O que influencia a distribuição dos microplásticos no ambiente marinho, vem de diversos fatores, entre eles a fonte poluidora e as correntes oceânicas. Os resíduos podem ser transportados para locais distantes. A presença de microplásticos já foi relatada em uma das maiores reservas marinhas do mundo, a Ilha de Trindade, que fica no litoral do Espírito Santo

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