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Buffoniando

Depressão na terceira idade

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O tempo e a natureza, até os dias atuais, colaboram para que o homem entenda que ele não é invulnerável. Para citar dois exemplos disso, voltamos ao século XIV, em que a humanidade europeia foi vítima da peste negra e 1/3 da sua população morreu dessa doença. No século XIX, foi a tuberculose que deu o ar da graça e ganhou o apelido de mau do século. Somente para o grau de amostragem, ficaremos nesses dois exemplos e focaremos naquilo que tem se tornado o nosso mau do século: a depressão.

A depressão é uma doença sim. Ela pode ser causada por fatores genéticos, ainda obscuro para a ciência, ou por fatores como a forma de vida que se leva e pensamentos distorcidos, que são capazes de modificar toda a fisiologia como a produção de neurotransmissores. A depressão apresenta um quadro de perda do gosto de fazer e realizar tudo aquilo que sempre gostou, trazendo perda do contato social, perda de produtividade e um imobilismo que pode ser leve ou até extremado. Depressão é uma doença mental, vale reiterar.

Entretanto, esse quadro tem sido muito crescente na terceira idade e nessa fase ela é extremamente difícil de ser percebida, pois os seus sintomas muitas vezes são semelhantes a outros problemas de saúde. Também essa é a fase em que a depressão e o suicídio tem crescido bastante. Aqui iremos listar alguns casos que levam os idosos a esse quadro. O primeiro caso é o abandono. A sociedade atual valoriza aquilo que é jovem e novo. Em um lugar em que a novidade é o que interessa, o idoso deve ficar de fora. É desvalorizado. Vemos isso na questão dos aparelhos eletrônicos, somos induzidos a trocar tudo imediatamente, mesmo que tenha acabado de adquirir. Sendo assim, os idosos são jogados em instituições asilares e/ou abandonados em suas residências sem visita alguma. A solidão e a desvalorização fazem com que o idoso tenha sentimentos de desvalor e desesperança.

Em segundo lugar, podemos citar a viuvez. Quando uma das parte falece, o idoso se vê numa realidade de está sozinho no mundo. A sua companhia de jornada dessa vida partiu. Fica a saudade e a ideia que a vida perdeu a graça. Por isso, não é difícil observar que por conta da depressão, o outro conjugue venha partir pouco tempo depois de sua perda.

A incapacidade de ser alguém autônomo, é um terceiro fator. Idosos que sofrem acidentes com algum tipo de traumatismo, tenham algum problema cardíaco, AVC, questões da diminuição do apetite sexual, entre outros, podem apresentar quadro de depressão. A necessidade de cuidados alheios, profissionais ou familiares, naqueles que tiveram uma vida ativa é um fator preponderante. Pois, acabam colocando em sua cabeça que são estorvos e que atrapalham os outros. Esse tipo de pensamento é causador de depressão, o desvalor. Ou podem apresentar o pensamento que a vida já não é boa e que não tem sentido, a desesperança.

Para finalizar, o quarto item abordado é a aposentadoria. Que se relaciona um pouco com os dois últimos analisados. A aposentadoria é visto por muitos idosos como a perda da sua função social, ser produtivo. A aposentadoria está sendo tratada nos últimos anos como uma fase de desfrute da vida, justamente para evitar pensamentos como improdutividade e ser algo velho e sem mercado, no sentido de consumidor e trabalhador. Deve ser visto como a fase do merecido descanso para aquele que tanto já contribuiu com a sociedade.

O que tentamos abordar aqui é: a depressão na terceira idade ela é muito mais causada por questões culturais do que genética. Os idosos que contam com atividades físicas regulares e com uma família que, ainda que não more com ele, mas que não o trate com descaso e abandono, apresentam uma qualidade de vida muito maior e poucos casos de depressão. Até o século XX, os idosos eram símbolos de sabedoria e referência, entretanto, o século citado e o avanço tecnológico apresentaram-se com a valorização do novo e o descarte do que é velho. Por isso que nunca se viu e nem se tratou tanto de idosos com depressão. A cultura e o comportamento da sociedade atual está sendo o agente principal dessa doença atualmente. Cabe a nós filhos e netos não deixarmos isso ocorrer dentro de nossas famílias. E aí, já pelo menos ligou ou foi visitar os mais velhos nesses dias?

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