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Astronomia

Buraco negro explodiu na Via Láctea há 3,5 milhões de anos, descobrem cientistas

Uma explosão tão grande que seu impacto foi percebido a 200 mil anos-luz de distância

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Foto: NASA

Cientistas dos EUA e da Austrália descobriram em um estudo que, que há 3,5 milhões de anos, um buraco negro supermassivo explodiu no meio da Via Láctea. Foi uma explosão tão grande que o impacto foi sentido a 200 mil anos-luz de distância, na Corrente de Magalhães, que pra quem não sabe, é uma longa trilha de gás que se estende entre galáxias anás próximas, chamadas Grande Nuvem de Magalhães e Pequena Nuvem de Magalhães.

Chamada de “bengala de Seyfert”, o fenômeno emitiu uma onda de radiação tão poderosa que saiu ao espaço profundo em forma de dois “cones de ionização” radioativos.

A equipe de pesquisadores disse que foi uma explosão grande demais para ter sido causada por algo que não seja atividade nuclear associada ao buraco negro, chamados de Sagitário A, ou SGR a*, que é cerca de 4,2 milhões de vezes mais massivo que o nosso Sol.

“A explosão deve ter sido parecida com um feixe de farol”, diz Bland-Hawthorn, da Universidade de Sidney. “Imagine a escuridão total, e então alguém acende um farol por um curto período de tempo.”

Quando isso aconteceu?

Bom, através de dados que foram coletados pelo Telescópio Espacial Hubble, da NASA, os pesquisadores calcularam que a explosão maciça aconteceu há pouco mais de três milhões de anos. Só que isso é um pouco mais complexo do que parece, já que em termos galácticos, isso é de uma maneira surpreendente bem recente. Naquela época, pra você ter uma ideia, o asteróide que causou a extinção dos dinossauros já estava há cerca de 63 milhões de anos no passados, e os australopitecos, nossos ancestrais, já andavam pela África.

“Este é um evento dramático que aconteceu há apenas alguns milhões de anos na história da Via Láctea”, diz Lisa Kewley, diretora do ASTRO 3D.

Uma explosão maciça de energia e radiação veio diretamente do centro galáctico em direção ao material circundante, mostrando que o centro da Via Láctea é um lugar bem mais dinâmico do que pensávamos. Sorte a nossa que não habitamos lá!

Quanto tempo durou a explosão

Os pesquisadores estimam que a explosão durou cerca de 300.000 anos — um período extremamente curto em termos galácticos.

Sobre o estudo

Não foi só Bland-Hawthorn que participou do estudo, participaram também pesquisadores da Universidade Nacional da Austrália e da Universidade de Sidney e, nos EUA, da Universidade da Carolina do Norte, da Universidade do Colorado e do Instituto de Ciência do Telescópio Espacial em Baltimore.

O artigo, que foi publicado no The Astrophysical Journal, dá sequência a uma pesquisa liderada também por Bland-Hawthorn e publicada em 2013. Esse trabalho anterior analisou evidências de um evento explosivo maciço se originando no centro da Via Láctea, descartou uma explosão nuclear como a causa e tentou ligar a explosão com a atividade do buraco negro Sgr A*.

“Esses resultados mudam dramaticamente nossa compreensão da Via Láctea”, afirmou a coautora Magda Guglielmo, da Universidade de Sydney. “Sempre pensamos em nossa galáxia como uma galáxia inativa, com um centro não tão brilhante. Esses novos resultados abrem a possibilidade de uma reinterpretação completa de sua evolução e natureza.”

O novo estudo coloca o Sgr A* como principal suspeito, mas os pesquisadores admitem que ainda há muito mais a ser pesquisado. O modo exato como os buracos negros evoluem, influenciam e interagem com galáxias ainda “é um grande problema na astrofísica”, concluem.

 

 

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