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Ciência

Virologista francês descobridor do HIV, diz que novo coronavírus saiu de laboratório na China

De acordo com nobel de medicina, chineses estariam manipulando vírus em busca de vacina contra a AIDS, quando ele foi acidentalmente liberado.

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Foto: Reprodução/Google

Ele foi recompensado em 2008 com o Prêmio Nobel de Medicina por ter descoberto o vírus da AIDS, e recentemente, em uma entrevista ao site francês Pourquoi doctor? (“Por quê doutor?”, em português), Luc Montagnier, que é médico virologista, deu uma declaração polêmica: o novo coronavírus, que já matou mais de 140 mil pessoas em todo o mundo, seria um vírus liberado acidentalmente de um laboratório chinês em busca de uma vacina contra a AIDS, enquanto estava sendo manipulado.

O virologista disse não acreditar que o vírus seja originário da contaminação em um mercado de animais selvagens na China. “É apenas uma história da Carochinha, mas não é real. O vírus saiu de um laboratório de Wuhan”, declarou.

Montagnier, afirmou ainda que o laboratório da cidade de Wuhan tem experiência na área, pois é especializado nesse coronavírus desde o início dos anos 2000.

O nobel de medicina explica ainda ter analisado “nos mínimos detalhes” a sequência juntamente com seu colega matemático Jean-Claude Perrez: “Não fomos os primeiros, já que um grupo de pesquisadores indianos tentou publicar um estudo que mostra que o genoma completo desse coronavírus [possui] seqüências de outro vírus, o HIV, o vírus da AIDS”, explicou.

O pesquisador disse que o grupo indiano de pesquisa teve que se retratar depois de ter publicado o estudo, e afirma que “a verdade científica sempre acaba surgindo”. Segundo ele, a sequência do HIV foi inserida no genoma do coronavírus na tentativa de fazer uma vacina contra o HIV. “É o trabalho de um aprendiz de feiticeiro”, comenta.

Um médico e suas controvérsias

Depois de ter ganhado o Prêmio Nobel de Medicina, ao lado da pesquisadora Françoise Barré-Sinoussi, o professor Luc Montagnier foi acusado de “desvios científicos”.

Os professores Luc Montagnier, Jean-Claude Chermann e Françoise Barre-Sinoussi, em seu laboratório do Instituto Pasteur em Paris, em 25 de abril de 1984.

Em 2009, ele apresentou teorias controversas sobre a origem do HIV e sua transmissão.

“Análise errada”

Simon Wain Hobson, virologista molecular do Instituto Pasteur, em Paris, criticou a afirmação de Montagnier em entrevista à RFI. “É uma análise errada. Ele [Luc Montaigner] não é o único a falar isso, outros pesquisadores já cometeram o mesmo erro”, diz.

É muito simples. O genoma do novo coronavirus é particularmente rico em duas bases em seu genoma, e o HIV é rico em uma delas. Olhando a sequência genética, pode-se chegar à conclusão de que há similaridades [dentro da hipótese de que o novo coranavirus teria sido “manipulado” em laboratório durante testes de uma vacina contra o HIV].

“Mas eles não compararam o genoma do novo coronavirus com outros genomas, como o humano, que também possuem partes dessa sequência. Esse é um erro fácil de ser cometido, e que eu percebo desde o início da minha carreira, nos anos 1980. Assim, as conclusões de Montaigner estão erradas”, afirma Hobson.

“Trabalhamos com informações disponíveis e publicadas, então só posso comentar em cima destas informações previamente catalogadas. Tudo leva a pensar que [a Covid-19] seja uma infecção natural. Ou seja, vem do mundo animal, e o ponto de partida seria um outro mamífero”, afirma o virologista.

“Poderiamos analisar outras hipóteses, como essa que diz que o vírus foi criado em um laboratório de Wuhan, todos sabem que ele veio dessa cidade. Todos os vírus precisam de um ponto de partida, é aleatório. Com a evolução das informações sobre esse novo coronavirus, poderemos no futuro imaginar outras causas. Mas, nesse exato momento, a única causa possível é a natural”, declarou Hobson.

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