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Mortalidade em UTIs públicas para Covid-19 é o dobro de hospitais privados no Brasil

Taxa de mortalidade em hospitais públicos é 97% maior do que em unidades privadas.

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Dados preocupantes levantados pelo projeto “UTIs Brasileiras”, produzido pela Amib (Associação de Medicina Intensiva Brasileira), mostram que pacientes que estão internados em uma UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) por Covid-19 no Brasil, tem duas vezes mais taxa de mortalidade em hospitais públicos em comparação com os hospitais privados.

Cerca de 13.941 pacientes tratados com o novo coronavírus que surgiu na China, participaram do levantamento. Segundo informações, a taxa de mortalidade nas unidades de hospitais públicos chegou a 38,5%, enquanto em privados ficou em 19,5%, representando uma diferença de 97%.

Esses dados são referentes a saídas de UTI entre 1 de março a 15 de maio, que foi o período em que diversos estados registraram fila de espera para terapia intensiva. No mesmo levantamento outros indicadores facilitam a compreensão do motivo pelo qual a mortalidade está mais alta para pessoas com a mesma doença. O principal deles é referente a demora de acesso aos serviços, que como você já deve imaginar, aumenta a gravidade desses pacientes que chegam para se tratar em um leito de terapia intensiva no serviço público.

Médico examina tomografias em hospital de Wuhan, epicentro da epidemia do novo coronavírus, na província de Hubei, na China.

A gravidade do paciente ao chegar na UTI é indicado por um marcador de SOFA: um critério que faz uma pontuação com base na avaliação de vários parâmetros dos pacientes. Esse indicador médio dos pacientes que chegaram nas UTIs públicas ficou em 5,7, representando quase o dobro dos 3,1 dos pacientes da rede privada. Nesse índice em específico, quanto maior que 1, mais grave.

A quantidade pacientes que necessitam de ventilação mecânica na UTI é outro dado importante para essa referência. 36,8% no caso das unidades particulares e 66,5% nas públicas.

Em entrevista ao UOL, Aracele Cavalcanti, que é enfermeira com formação em UTI e doutora em Ciências da Saúde da UFPE, disse que o dado lhe chamou atenção pela diferença. De acordo com Aracele, isso pode explicar que a população tem dificuldade no acesso, e acaba chegando no hospital público em um estágio bem mais grave da doença.

Pacientes com necessidade de ventilação mecânica, tem uma diferença menor da mortalidade entre redes pública e privada no levantamento: 70,5% e 63,6%, respectivamente.

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