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O Boticário extingue termo “Black Friday” contra o racismo mas mantém produtos da “linha black”
Será que foi um erro da equipe de marketing da empresa?

Na última terça-feira, Artur Grynbaum, presidente do Grupo Boticário, decidiu revolucionar ao publicar em sua conta no Linkedin, o adeus da companhia ao termo “Black Friday”. O fato aconteceu depois de dezenas de empresas se manifestarem contra o racismo por meio de compromissos como destinação de verba para programas sociais ou até mesmo contratação ativa de funcionários negros. De acordo com a reportagem do jornal Estadão, o Boticário está querendo chamar a atenção do mercado sobre a origem do termo “Black Friday” e pensar em novas possibilidades.
“A dois meses da “Black Friday” – um dos períodos mais relevantes do ano para o varejo e a data mais importante para o comércio eletrônico em todo o mundo, nos deparamos com um incômodo recorrente: há anos conversamos sobre a possível origem do termo “Black Friday”, sobre a ausência de dados científicos que comprovem que ele realmente não se relaciona à questão da escravatura. Então, respeitando os movimentos que sentem desconforto com o termo, decidimos parar de refletir e começar a agir – não teremos mais o termo Black Friday no Grupo Boticário.”, diz a publicação. Nela, o executivo comenta ainda os compromissos da companhia com a promoção da diversidade e da inclusão, com práticas desde 2013 para a equidade de gênero, LGBTQIA+, pessoas com deficiência, pessoas de diferentes gerações e raça.
Para as iniciativas de equidade étnico-racial, por exemplo, há grupo de afinidade ‘Além da Pele’ e o apoio de especialistas.
O período de descontos não vai ser extinto em 2020, ele vai continuar, porém com um novo nome para a ocasião: Beauty Week. O presidente do grupo, Artur Grynbaum diz que conta com outros executivos do Brasil para outras mudanças.
“Convido aqui minhas e meus colegas, lideranças empresariais em todo o país para se juntarem a nós e repensarem suas Black Fridays, batizando-as com outros nomes, que façam sentido para cada empresa e setor. Afinal, não estamos falando “só” de uma mudança no termo: está em pauta aqui o caminho para alcançarmos o sucesso responsável e dar mais uma contribuição para uma nova perspectiva de raça na sociedade, com senso de urgência e coragem”.
Produtos da linha black na marca, continuam em exposição
Embora tenha afirmado acabar com o termo “black friday” contra o racismo, a empresa ainda mantém em sua loja virtual, os produtos da linha black.
No twitter, um usuário se manifestou dizendo aguardar que a empresa retire o termo de todos os diversos produtos vendidos nas lojas.
Esperando a @oBoticario excluir toda a linha “Black” de seus produtos. https://t.co/Y7NV7p6o5u pic.twitter.com/GCkqtBuoDp
— ☣️ ☠️🦠Pabliciano🥛x🦞 (@pldnpgomez) September 30, 2020
Ironia do destino ou não, a ação do grupo Boticário, acontece no mesmo momento em que repercutiu uma entrevista dada pela jornalista Glória Maria, onde a mesma, que é negra, diz que “hoje em dia, tudo é racismo” e protestou contra o politicamente correto, dizendo que ele “é um porre”
Procurada pela Curiozone o Grupo Boticário não se manifestou a respeito para dizer se foi um equívoco ou não, manter os produtos.
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