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Alberto Fernández diz não saber o que causou aumento de preços na Argentina

Presidente argentino disse não concordar “com o que está acontecendo com as indústrias de alimentos que aumentaram os preços de forma inaceitável”.

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Foto: Reprodução/Google

“Es inexplicable la suba de precios de los alimentos”, essa foi a declaração dada pelo presidente Alberto Fernandez, que nesta semana, acabou virando manchete em toda a mídia na Argentina. A fala do presidente foi dada em entrevista ao canal de notícias argentino C5N, e foi repercutido no jornal Página12.

“Fico feliz que a Argentina exporte carne, mas não que eles façam pagar os preços que fazem os argentinos pagarem. E não concordo com o que está acontecendo com as indústrias de alimentos que aumentaram os preços de forma inaceitável”, disse.

Embora diga não saber, o presidente argentino tem uma análise do que, segundo ele, acredita ser o problema. Segundo Alberto, alguns aproveitaram o momento e ganharam o que não deveriam ganhar. Ele disse ter ficado feliz que tenham ganhado dinheiro, mas não que “ganhem às custas dos argentinos”.

Os ganhos, de acordo com Alberto, não podem ser desproporcionais em tempos de pandemia. “Perde muito, isso não é uma empresa, isso é uma farsa”.

Inflação, mais grana, aumento de preços e efeito cantillon

O presidente da Argentina parece não enxergar algo simples: sua política de sair imprimindo dinheiro a torto e a direito não é a uma solução viável para qualquer tipo de problema.

Uma reportagem bem didática da Curiozone feita em 2016, com base em ensinamentos básicos da Escola Austríaca, explica exatamente o que acontece quando um país decide emitir moeda imprimindo mais dinheiro: confusão na certa.

Homem conta cédulas de R$ 50 na mão.

Inflação nada mais é que o fenômeno no qual o governo imprime mais dinheiro, o que vem a partir disso (que é o aumento de preços) é apenas a consequência de tal ato.

Como explicado na matéria da Curiozone você não come dinheiro. Em resumo, dinheiro não é riqueza, é apenas algo que você usará para trocar por outra coisa que —aí sim— poderá ser riqueza, ou seja, um bem produzido ou serviço.

O governo argentino parece ter procurado sarna pra se coçar imprimindo mais grana. E de acordo com informações do jornal argentino Infobae, foi exatamente isso que aconteceu. Pra você ter uma ideia, segundo o jornal, a enorme quantidade de notas que o governo argentino emitiu em 2020, colocadas lado a lado, é suficiente para dar a volta à Terra seis vezes.

Chegada de notas de dinheiro impressas para a Argentina.

Segundo o Infobae, 1.523 milhões de unidades de notas foram colocadas no mercado elevando o total em circulação para cerca de 7.000.

Não se engane, imprimir dinheiro pode parecer algo benéfico porque sim, algumas pessoas podem se beneficiar disso. O que o presidente da Argentina se refere ao dizer, por exemplo, que existem pessoas ganhando dinheiro “às custas dos argentinos”, é consequência do efeito Cantillon.

Cédulas de dinheiro da Argentina.

Quando o governo imprime dinheiro, todo dinheiro perderá valor. O chamado “efeito Cantillon” define que o aumento da oferta de moeda, cria inflação de forma desigual beneficiando aqueles que se encontram mais perto da injeção monetária. Em outras palavras, quem está perto de receber o dinheiro novo, aquilo é bom para a pessoa (ou empresário) pois não chegará a sentir o impacto do aumento de preços, diferente de quem recebe a grana por último, lá no final da fila, quando, com o tempo, os preços já subiram.

Como se não bastasse, aderir a uma política de economia completamente contrária a Escola Austríaca de economia, o governo ainda viu produtos sumirem das lojas na Argentina após aplicar o congelamento de preços.

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