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Blockbuster poderia ter comprado Netflix por US$ 50 milhões em 2000, mas rejeitou oferta

Marc Randolph, um dos fundadores da Netflix contou, em seu livro, que o CEO da hoje falida Blockbuster riu da proposta. Serviço, em 2019, foi avaliado em US$ 118 bilhões.

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Foto: Reprodução/Google

Todo mundo sabe que a Netflix é, hoje, um dos maiores serviços de streaming no mundo. A forma como se popularizou o conceito de pagar pra assistir filmes num smartphone, PC ou SmartTV é realmente impressionante.

Embora já esteja perdendo espaço para inúmeros outros serviços com preços mais acessíveis e com ofertas de filmes, séries e novelas muito mais variados, é inegável que a Netflix continua no topo e disputando a preferência de muitos. Só que nem sempre foi assim.

A Netflix pra quem ainda não sabe, começou nos anos 2000 como uma startup de aluguel de DVDs pelo correio. Naquela época, o estouro da bolha da internet tinha deixado a empresa em uma situação financeira bem complicada. Só que uma reunião que seus fundadores conseguiram, poderia salvar a jovem empresa. John Antioco, CEO da Blockbuster, que na época era líder mundial no ramo de aluguel de filmes, queria conversar sobre uma possível compra da startup.

John Antioco, CEO da hoje falida Blockbuster.

A história foi contada pelo fundador da gigante de streaming Marc Randolph, em seu livro That Will Never Work (“Isso Nunca Irá Funcionar”, em inglês), que ganhou repercussão da revista Época Negócios em 2019. O resultado da reunião, sem acordo entre as partes, deve assombrar Antioco até hoje.

Randolph conta que certo dia do ano de 2000, estava na Califórnia com Reed Hastings, outro fundador da Netflix, e Barry McCarthy, CFO da empresa. Eles receberam um convite para participar de uma reunião com o CEO da Blockbuster no dia seguinte, em Dallas, na sede da Blockbuster.

Apesar do curto espaço de tempo, Randolph diz que eles conseguiram um voo até o Texas para a manhã seguinte.

Para Randolph e Hastings, um negócio fechado com a Blockbuster era algo que salvaria a Netflix de falir. Havia meses que os dois tentavam marcar uma conversa com Antioco, só que o CEO da rede de locadoras não levava muito a sério a ideia da startup.

Marc Bernays Randolph, o empresário americano de tecnologia, consultor, palestrante e defensor do meio ambiente co-fundador e primeiro CEO da Netflix.

Foi durante uma conversa que um executivo da Blockbuster disse duvidar do poder da internet e dos benefícios de se ter uma empresa online como parceira. Isso porque a bolha da internet havia acabado de estourar, ou seja, era um fenômeno que muitos aderiram rapidamente, mas não se tinha certeza de quanto tempo o interesse das pessoas na rede mundial de computadores poderia durar.

A rede de locadoras tinha estreado com sucesso na bolsa de valores. O IPO da empresa levantou, na época, US$ 46 milhões.

Loja da Blockbuster; Rede de lojas locadora de filmes e jogos já foi a maior do mundo.

Em um dado momento quando perguntado sobre o preço do negócio que envolvia a compra da Netflix, Hastings sem pensar duas vezes respondeu de bate-pronto: US$ 50 milhões. E essa era exatamente a quantia ideal para manter a startup de pé. Antioco, porém, reagiu de forma inesperada.

Segundo Randolph, o CEO da Blockbuster estava fazendo o máximo para segurar uma risada.

Wilmot Reed Hastings, Jr., empresário e filantropo americano co-fundador e CEO da Netflix; Reed serve nos conselhos do Facebook e várias organizações sem fins lucrativos.

Depois disso, claro, nenhum acordo foi fechado e o resto da história todo mundo já sabe: a Netflix se sustentou e conseguiu sobreviver com seus sistema de aluguel por correio, se tornando, mais tarde, uma das precursoras do formato de streaming, explodindo rapidamente em valor de mercado.

A Blockbuster, mesmo em seu auge, nunca chegou a valer mais que US$ 5 bilhões, enquanto que a Netflix, em 2018, chegou a estar avaliada em quase US$ 180 bilhões.

Funcionário da última loja Blockbuster em funcionamento do mundo.

A Blockbuster chegou no Brasil em 1995 como uma joint venture da matriz americana com o grupo Moreira Salles, do Unibanco. Juntas, elas formaram a BWU, que teria licença sobre a marca por 20 anos. Em 2007, a BWU vendeu a Blockbuster no Brasil para a Lojas Americanas.

O grupo brasileiro converteu as locadoras em Americanas Express, e aos poucos, conforme o desinteresse do mercado foi crescendo, eliminou o serviço de aluguel de filmes.

Netflix, a provedora global de filmes e séries de televisão via streaming sediada em Los Gatos, Califórnia.

Nesse mesmo período, a Blockbuster estava em crise nos EUA. Já tinha perdido quase 75% de seu valor de mercado graças à forte concorrência com a Netflix e a RedeBox, que não cobravam por devolução atrasada. Enquanto aqui no Brasil a BWU vendia a empresa, John Antioco, nos EUA, deixava o cargo de CEO.

A Netflix faria sua estreia no Brasil em 2011 como serviço de streaming. E em 2016, a empresa já rivalizava com operadoras de TV a cabo em número de assinaturas.

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