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Tipicamente obedientes, neozelandeses começam a se irritar com lockdown no país

Enquanto a ilha mergulha em um lockdown repentino após um punhado de novos casos, os moradores relatam uma resistência crescente às restrições.

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Insustentável. É assim que está ficando, para alguns neozelandeses, a situação no país. De acordo com informações do jornal britânico The Telegraph, sinais de resistência começaram a ser dados pelos cidadãos da Nova Zelândia após o país mergulhar, mais uma vez, em um lockdown, desta vez repentino, por conta de um único caso de transmissão comunitária do novo coronavírus que surgiu na China, sendo o primeiro em seis meses.

A reportagem do jornal revela que, embora a postura do governo de tolerância zero em relação à Covid-19 tenha resultado em uma vida relativamente normal dentro do país, há, no entanto, uma crescente frustração com o que é visto como um progresso lento em direção à reabertura. Pra quem não sabe, apenas o fato de um homem de 58 anos testar positivo para a Covid-19 foi o suficiente para que o país de cinco milhões de pessoas, mergulhasse outra vez, em seu mais rigoroso lockdown contra o avanço da doença.

Jacinda Ardern, a primeira-ministra da Nova Zelândia, alertou sobre o risco da variante do delta, que se espalhou rapidamente pela vizinha Austrália.

Todo o país foi obrigado a passar pelo menos três dias em casa, com todas as escolas, instalações públicas e negócios (que o governo não considerou como essenciais) fechados. Os moradores de Auckland, a cidade onde o homem testou positivo, bem como os de sua vizinha, a Península de Coromandel (que foi visitada recentemente por ele), tiveram que passar pelo menos sete dias confinados.

Para a reportagem do britânico The Telegraph, o técnico em diesel, da cidade de Waikato, Angus Verry, disse que fechar o país inteiro por conta de um único caso comunitário “parecia uma piada”.

“Sabemos mais sobre a Covid agora e sabemos que sempre vai vir [um novo caso]. Não é prático continuar ‘eliminando’ isso”, disse ele.

Um empresário da cidade de Waikato, que pediu para não ser identificado, disse que estava “muito desconfortável” com o precedente de entrar em um lockdown no país inteiro por conta de um único caso. Ele acredita que as pessoas estão cansadas dessa política de fechar tudo, e que embora a Nova Zelândia ainda tenha uma população pacífica, isso, no entanto, “não durará para sempre”.

Bandeira da Nova Zelândia.

A principal reclamação do homem, porém, foi a lentidão quanto a vacinação na Nova Zelândia, onde de acordo com informações do portal G1, apenas 20% da população está totalmente vacinada.

“É isso que nos deixa paralisados. Se tivéssemos uma taxa de vacinação mais alta, não entraríamos em bloqueios tão severos e, agora, deveríamos ter uma taxa mais alta”, disse o empresário.

Segundo a reportagem do The Telegraph, oito pessoas foram presas em protestos contra o último lockdown no país por ‘aglomeração ilegal’. Quatro organizadores do protesto foram presos no centro de Auckland, onde cerca de 50 manifestantes anti-lockdown se reuniram, e outros quatro foram presos em um evento menor na cidade costeira de Tauranga. Ainda de acordo com a reportagem, um terceiro protesto aconteceu em Nelson, uma cidade no topo da Ilha do Sul, onde os manifestantes acabaram se dispersando depois de advertências verbais da polícia.

2.570 casos de Covid-19 foram confirmados na Nova Zelândia, principalmente em hotéis de quarentena. Quanto as mortes, 26 foram registradas no país.

O caso que gerou o bloqueio mais recente foi a variante delta altamente transmissível. Desde então, mais nove pessoas tiveram resultados positivos, todos ligados ao homem de 58 anos de Auckland.

A matéria do portal G1, que fala a respeito da baixa taxa de vacinados na Nova Zelândia, revelou que o país reconheceu que sua estratégia de “zero covid” pode não ser mais viável.

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