Aconteceu
Mulher se torna major pela 1ª vez no Corpo de Bombeiros do Espírito Santo
Major Lorena Sarmento Rezende foi a primeira mulher a integrar a corporação como bombeiro combatente, em 2002.
Lorena Sarmento Rezende é o nome de uma mulher que entrou para a história, como a primeira mulher major do Corpo de Bombeiros do estado do Espírito Santo. Depois de 110 anos de história, a corporação, desde o último dia 3 de setembro tem sua primeira major.
De acordo com informações do portal G1, ela alcançou o oficialato superior que é composto pelos mais altos cargos da carreira militar, sendo eles o de Major, Tenente-coronel e Coronel, nesta ordem.
A escalada de Lorena é repleta de pioneirismo. Isso porque ela que foi a primeira mulher em tudo: bombeira combatente, primeira tenente e também capitã da corporação.
“Fui primeira aspirante, primeira tenente, primeiro tudo. E demorou muito porque o quadro do Corpo de Bombeiros não tinha vaga para ser promovido. Faz 11 anos que eu sou capitã” explicou, em entrevista ao portal G1.
Lorena relata que decidiu prestar vestibular para bombeira combatente impulsionada por um amigo. Em entrevista ao portal de notícias da Globo, a capixaba revela que decidiu prestar por influência de outro amigo seu que já tinha passado e ido para Brasília [onde fica a academia militar].
“Ele falou que eu deveria tentar. Eu passei e durante todo o primeiro ano de academia eu tive vontade de “matar” ele. O primeiro ano é tudo, menos bom. Mas depois tive a sensação de paz por ter a convicção da escolha que fiz.” relembrou.
Antes dela, outras mulheres apenas tinham ocupado cargos administrativos no Corpo de Bombeiros. Hoje, acima da patente de Lorena, está somente tenente-coronel e coronel.
Lorena detalhou também que para ela, é um departamento novo. Já que é a primeira, nunca trabalhou lá e garante estar motivada para estar mais perto da assistência à população, embora seja uma coisa nova: “Sempre que tiver um desastre no estado, o meu departamento vai estar fortemente atuando”, detalhou.
Incentivo do pai
Lorena relata que o apoio de seu pai desempenhou um papel fundamental em sua trajetória, e lamenta o fato de ele não poder ter assistido a sua nomeação como major.
“Eu perdi o meu pai recentemente para a Covid-19 e ele era um grande admirador meu, tinha muito orgulho de mim. O fato que contribuiu para as minhas escolhas foi ter um pai que jamais me limitou por ser mulher. Eu nunca ouvi dele discurso desmotivador”, observou.
Hoje mãe da Mel, de três anos, a major reproduz o que aprendeu com o pai aconselhando à filha a não se intimidar. E a pequena já tem um sonho para o futuro: o de ser bombeira. A inspiração não vem apenas da mãe, mas também do pai, que é integrante da corporação, e casado com Lorena.
Lorena ainda deu um conselho para quem quer ser pioneira e tem medo de críticas. Ela pede para que não se intimidem com a opinião alheia: “A gente tem que seguir os nossos desejos, nossos sonhos, e lutar para que eles se realizem. Estamos em uma sociedade ainda muito tradicional que tem o modelo de mulher como papel secundário na economia e mercado de trabalho, mas é a gente que faz a nossa história”, aconselhou a major.
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