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Algoritmo do Spotify foi manipulado por fãs de Anitta para fazê-la chegar ao topo da plataforma

Esquema que elevou cantora foi detalhado em uma reportagem do UOL.

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Chegar ao primeiro lugar da lista global de músicas mais ouvidas do Spotify não é algo para qualquer artista. Apenas aqueles que conseguem produzir um som envolvente, ou para aqueles que conseguem literalmente ‘Envolver’ seus fãs no engajamento. E foi o caso da cantora Anitta, com o hit “Envolver”, que chegou, no dia 25 de março, ao topo global da plataforma de streaming mais usada no mundo. Com 6,4 milhões de execuções, sendo 4,1 milhões delas vindas do Brasil, o hit, desde então, vem se mantendo entre as dez músicas mais ouvidas.

Os frutos são colhidos a partir de uma extensa campanha de marketing, que incluiu eventos e aparições na mídia norte-americana.

Contudo, um outro lado dessa história acabou ficando de fora, e foi revelado nesta terça (12) por meio de uma reportagem do portal UOL, que mostrou a campanha que classificou como inteligente, para manipular os algoritmos do Spotify. Algoritmos esses capazes de determinar quem vai para o topo dos ‘charts’ (nome dado pelos fãs de música pop para o ranking das canções mais ouvidas).

Free Fire: Anitta anuncia estreia como streamer no Facebook Gaming.

O time de Anitta não assumiu a autoria da iniciativa, e concedeu isso aos próprios fãs. Segundo conta da reportagem, no dia 14 de março, sua conta no Twitter deu RT em um seguidor que ensinava, passo a passo, como criar mais de uma conta para elaborar playlists em que “Envolver” tocaria diversas vezes, ao longo de horas.

A estratégia era perfeita para driblar as exigências do Spotify, uma vez que se você apenas dá o clique na música e aperta o botão de replay na plataforma, os algoritmos conseguem detectar e não contabilizam o play.

A matéria do UOL conta ainda que foi como um rastilho de pólvora, já que o site Rest of World identificou mais de 100 playlists com nomes como “Envolver #1”, “Stream Envolver”, “Envolver stream party”, e “Envolver 20x”. Muitas delas deixavam claro que o objetivo era colocar Anitta no topo. Algumas traziam mais instruções “algoritmicamente corretas”: “toque uma vez por dia, não deixe no modo aleatório e aumente o volume”.

Spotify é um dos serviços de streaming de música mais usados no mundo.

O ritmo da ascensão de Anitta também foi calculado. O Spotify publica seus rankings diariamente, e os dados foram utilizados para expandir a campanha de maneira orgânica, sem exageros. Qualquer disparada fora do comum poderia acionar um “sinal de alerta” no sistema, e considerá-lo injustamente o trabalho de bots, que são estritamente proibidos.

Essa manipulação das “regras do jogo” levantou discussões interessantes. O jornal Folha de São Paulo verificou em um levantamento que, segundo os dados do próprio Spotify, a grande maioria dos ouvintes de Anitta eram do Brasil, e não dos países-alvo da cantora, que lançou “Envolver” especificamente com o objetivo de consolidar uma carreira internacional.

Outros dois elementos-chaves foram o apoio de famosos e a viralização em plataformas como TikTok e Instagram. Celebridades incentivaram o “Envolver challenge” (desafio que fãs devem imitar): uma coreografia em posição de “prancha”, com movimentos do quadril e dos braços. A execução da música nesses vídeos rápidos também é contabilizada para calcular sua posição nas paradas.

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