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Físico suíço que pesquisava sobre buracos negros se torna padre em cerimônia em Roma

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Foi no último mês que Lorenzo De Vittori, doutor em física teórica envolvido no estudo das colisões de buracos negros, se tornou um sacerdote cristão. De acordo com o cientista, a ciência “é um caminho muito bom para a verdade”, pois “ilumina muitos aspectos do nosso universo e da vida humana”.

Para o agora padre de 35 anos, a ciência e a teologia não são conflitantes. Ao contrário, segundo ele se harmonizam de tal forma que podem se iluminar de maneira mútua.

“Ambos são necessários para compreender a única realidade criada por Deus, que certamente quer nos falar tanto pela fé quanto pelas descobertas da ciência”, disse.

O suíço de 35 anos, que nasceu perto de Lugano, uma cidade no sudeste da Suíça, diz que seu pai, também cientista, juntamente com sua mãe, tiveram um papel fundamental em sua vida de fé. Enquanto a mãe o ensinou a rezar e a importância de receber os sacramentos, o pai o encorajou a se aprofundar na fé, “fazer mais perguntas e tentar entendê-las mais profundamente”.

“Meu pai, um químico e inventor entusiasta, tinha uma grande paixão pelo trabalho que fazia e compartilhava isso com a gente. Em casa aprendi a viver a minha fé no dia-a-dia e ao mesmo tempo desenvolvi uma verdadeira paixão pelo trabalho”, disse à ACI.

Em entrevista à agência ACI, o cientista falou a respeito de seu envolvimento tanto com a fé, como também com a ciência.

Foi durante o ensino médio que o interesse pela ciência se manifestou em Lorenzo. Ele afirma ter ficado sempre intrigado com muitas perguntas que costumavam ser feitas há séculos, tanto sobre a humanidade, sobre as dimensões do espaço e do tempo, como também sobre o universo, a origem da vida, e o significado de todas essas coisas.

Ordenação do padre Lorenzo De Vittori.

O padre afirma que embora a ciência e a filosofia busquem encontrar respostas, no fim o que mais o atraiu foi o “poder da lógica, da matemática, e dos avanços da ciência”. Foi quando ele se mudou para Zurique, em 2006, com seus amigos, para estudar na Universidade Politécnica Federal de Zurique, uma instituição pública pioneira em pesquisa tanto na Europa, como também no mundo.

Cientista e padre Lorenzo.

Lorenzo afirma que se especializou em física teórica depois de ter se formado, e explica que um físico teórico tenta dialogar com a natureza em busca de respostas que ajudem a compreensão da criação.

“Com base em nossas experiências, tentamos fazer previsões e propor novos experimentos para comprová-las. Nesse ponto, entregamos tudo aos físicos e engenheiros experimentais e esperamos pelos dados. Uma vez que a resposta chega, é novamente nosso trabalho interpretá-la”, afirmou.

Nesse tempo, ele continuou fazendo pesquisas na instituição por vários anos, além de ser candidato ao doutorado e assistente no departamento de matemática. Como pesquisador, Lorenzo se especializou na área da relatividade geral, e com uma tese sobre ondas gravitacionais emitidas pela colisão de buracos negros, concluiu seu doutorado.

“Minha pesquisa foi sobre buracos negros. Há tantos deles se movendo pelo universo que às vezes se aproximam e eventualmente colidem e se fundem em um único buraco negro maior”, explicou.

Lorenzo afirmou que para a tese de doutorado foi preciso estudar “alguns tipos particulares de colisões, cujo efeito sobre a forma do espaço-tempo ainda permanece mesmo após a onda ter passado”.

Padre De Vittori praticando esqui.

Após ter afirmado que a ciência e o sacerdócio são sua paixão, o presbítero também quis dar uma mensagem aos jovens que estudam ciência, mas que também procuram saber mais sobre Deus: “Continue buscando a verdade. Não deixe de fazer as perguntas mais importantes”, disse ele.

Lorenzo, fez ainda um pedido. Ele apelou para que os jovens cientistas não tenham “medo de escutar a revelação, o que Deus nos disse durante sua própria vida na Terra, e também através de muitas pessoas na história, antes e depois disso”.

“Ao mesmo tempo, atreva-se a ouvir o que ele está nos dizendo através do mundo natural. Deus nos deu a capacidade de estudar a criação em que vivemos. Ele gosta de dialogar conosco através do belo livro da natureza”, concluiu ele.

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