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OMS atualiza conceitos de gênero afirmando que não se limita ao masculino ou feminino

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Publicado originalmente em 2011 e utilizado por autoridades de saúde pública, o manual de integração de gênero da Organização Mundial da Saúde está sendo atualizado para ampliar os conceitos de gênero. A nova diretriz da entidade define que “o sexo que não se limita ao masculino ou feminino”.

De acordo com uma nota publicada na última quarta (06) no site oficial da organização, o manual tem, entre outros objetivos, reconhecer que “a desigualdade de gênero é um determinante transversal da saúde que atua em conjunto com outras formas de discriminação baseadas em fatores como idade, nível socioeconômico, etnia ou local de origem e orientação sexual”.

A orientação também deverá introduzir “novas estruturas de gênero, equidade e direitos humanos”, bem como ferramentas não especificadas para apoiar ainda mais esses conceitos. A revisão e atualização do manual de 146 páginas está sendo feita em parceria com o Instituto Internacional de Saúde Global da Universidade das Nações Unidas.

Especialistas, contudo, fizeram severas críticas à nova orientação da organização, afirmando que isso é anticientífico, além de problemático.

Em entrevista ao jornal britânico Daily Mail, a professora da Escola de Enfermagem, Obstetrícia e Saúde da Universidade de Coventry, Jenny Gamble, afirmou que se trata de uma rejeição da biologia básica, além de um erro.

“A biologia é um fator determinante da saúde para saber sobre doenças. Não ser claro sobre biologia básica abre a porta para uma série de problemas, incluindo não só uma comunicação de saúde muito ruim, mas também dados distorcidos”, disse Jenny.

Outra profissional de saúde ouvida pelo jornal britânico foi Karleen Gribble, especialista em enfermagem e obstetrícia da Universidade do Oeste de Sydney. Segundo a doutora, o texto publicado pela OMS é preocupante, e diferente do que diz a nova diretriz, não é possível encontrar novas evidências e progressos conceituais sobre gênero, saúde e desenvolvimento.

A especialista também mostrou preocupação afirmando que mulheres de todas as idades poderão sofrer com o aumento do foco na questão da identidade de gênero.

“Não há novas evidências científicas sugerindo que existem mais de dois sexos. Em vez disso, a ideia de que existem mais de dois sexos é um entendimento pós-moderno e não científico. Algo que não deve ser apoiado pela OMS”, afirmou Karleen.

A especialista acredita que a entidade pode estar tomando a medida com o objetivo de ser mais inclusiva para pessoas intersexuais, que nascem com características biológicas dos dois sexos. Ainda assim, a doutora afirma que isso pode parecer ‘impreciso e estigmatizante’, e de acordo com a reportagem do Daily Mail, acontece em meio a preocupações sobre as mulheres perderem o acesso a espaços do mesmo sexo, como banheiros e enfermarias de hospital, como resultado de confundir a definição de mulher.

Em 2018, a organização retirou a transexualidade da classificação de transtornos mentais. Os 194 países membros tiveram até janeiro deste ano para se adaptarem e não classificarem mais a transexualidade como doença.

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