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Uso frequente de vape pode aumentar o risco de exposição a urânio e chumbo; saiba como

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Nos últimos anos, os cigarros eletrônicos, também conhecidos como vapes, ganharam popularidade entre os jovens como uma alternativa “menos prejudicial” ao tabagismo tradicional. No entanto, um estudo recente publicado no periódico Tobacco Control revelou que essa percepção pode ser enganosa.

Criado no início dos anos 2000, o vape vaporiza a nicotina em vez de queimá-la, evitando a liberação de uma série de produtos tóxicos associados aos cigarros convencionais. A intenção era oferecer uma alternativa mais segura para os fumantes, mas os resultados não foram como esperado.

Primeiramente, os usuários que experimentam o vape são mais propensos a migrar para o cigarro comum do que aqueles que não o fazem. Em segundo lugar, embora as substâncias presentes no vape sejam consideradas menos prejudiciais, ainda representam riscos à saúde. Um estudo da Universidade Federal de Pelotas constatou que quatro milhões de brasileiros já experimentaram algum tipo de cigarro eletrônico, e entre os jovens de 18 a 24 anos, 25% já fumaram vape – mais do que aqueles que consomem cigarros comuns regularmente.

Nos Estados Unidos, a situação não é diferente. 14% dos estudantes do ensino médio relataram usar vape. E o que é ainda mais alarmante é que certos metais foram identificados em aerossóis e líquidos de cigarros eletrônicos. A absorção desses metais, especialmente durante períodos de desenvolvimento, pode levar a uma série de complicações de saúde, incluindo deficiências cognitivas, distúrbios comportamentais e até mesmo câncer.

Para entender melhor a relação entre o uso frequente do vape e a exposição a metais tóxicos, pesquisadores realizaram um estudo com 200 adolescentes com idade média de 15 anos. Eles foram divididos em grupos de acordo com a frequência de uso: ocasional, intermitente e frequente. A análise das amostras de urina revelou que os usuários intermitentes tinham níveis de chumbo 40% mais altos do que os ocasionais, enquanto os frequentes tinham níveis 30% mais altos. Além disso, os níveis de urânio foram duas vezes mais altos para os fumantes frequentes do que para os ocasionais, sendo ainda mais elevados em vapes de sabores doces.

Os pesquisadores alertam que o consumo de cigarros eletrônicos durante a adolescência pode aumentar a probabilidade de exposição a metais, afetando negativamente o desenvolvimento do cérebro e dos órgãos. Diante desses resultados, a necessidade de mais pesquisas, regulamentação e intervenções de saúde pública para mitigar os danos potenciais do uso de cigarros eletrônicos, especialmente entre adolescentes, torna-se evidente.

No Brasil, a venda de cigarros eletrônicos é proibida desde 2009, mas não há nenhuma lei que impeça seu consumo. É importante que os jovens estejam cientes dos riscos associados ao vape e tomem decisões informadas sobre sua saúde e bem-estar.

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