Especialistas relatam qual teria sido o som mais alto já registrado na história

Fogos de artifício estourando no céu e estádios vibrando com multidões empolgadas, shows ao vivo, carro de funk tocando na rua, paredão de forró pisadinha no interior do nordeste… Bem, tudo isso pode ser bem barulhento. Mas nenhum desses sons chega perto dos verdadeiros monstros sonoros da história (explosões tão intensas que literalmente deram voltas ao redor do planeta). 

Hoje, a Curiozone te leva numa viagem pelos sons mais extremos já registrados na Terra. Spoiler: alguns deles nem chegam a ser “som” no sentido normal da palavra.

O Rei dos estrondos: Krakatoa, 1883

A erupção do Krakatoa, na Indonésia, é quase sempre citada como o som mais alto da história. E não é exagero: pessoas ouviram a explosão a mais de 3.000 km de distância (imagine escutar algo em outro país sem nenhum rádio).

A cerca de 160 km, o rugido atingiu 170 decibéis, nível capaz de causar perda auditiva permanente.

A 64 km, marinheiros tiveram os tímpanos rompidos pelo estrondo.

Para comparar:
  • Aspirador de pó: 75 dB
  • Motosserra: 110 dB
  • Motor de jato: 140 dB
  • Dor auditiva humana: ~140 dB
As informações são da reportagem publicada no portal Live Science, que conta que estimativas modernas sugerem que a explosão original pode ter chegado perto de 310 decibéis. Só que aí tem um detalhe: acima de 194 dB, as ondas deixam de ser “som” e viram ondas de choque, literalmente empurrões violentos de ar viajando mais rápido que o próprio som.

E o Krakatoa era tão poderoso que sua onda de choque deu sete voltas ao redor do globo. Mesmo assim, segundo o acústico Michael Vorländer, não temos como saber exatamente quão alto foi o som no local da explosão. Ninguém estava perto o suficiente para medir isso e sobreviver.

Tunguska, 1908: o meteoro que rasgou o céu

Outro competidor de peso: a explosão do meteoro de Tunguska, na Sibéria.
O impacto devastou uma área gigantesca e produziu ondas de pressão captadas no mundo todo. A intensidade estimada? Algo entre 300 e 315 decibéis, rivalizando com o Krakatoa.

Mas aqui temos o mesmo problema: ninguém estava perto para medir com precisão, e tudo o que sabemos vem de sensores que estavam muito longe do ponto da explosão.

Era digital: o novo campeão é tonga 2022

Se focarmos apenas em registros modernos, com tecnologia capaz de medir explosões globais com precisão, o troféu fica com o vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha’apai, que explodiu em janeiro de 2022.

Segundo pesquisadores como David Fee e Milton Garces, essa erupção: produziu uma onda sonora que deu várias voltas no planeta.

Foi ouvida a milhares de quilômetros, incluindo lugares tão distantes quanto o Alasca e a Europa Central.

Gerou, em uma estação a 68 km de distância, uma sobrepressão de 1.800 pascais, algo muito acima de explosões químicas gigantescas.

Se tentássemos converter isso para decibéis a 1 metro da fonte, daria cerca de 256 dB — mas os cientistas avisam: isso não seria cientificamente correto. Perto da fonte, a onda já não se comportava como “som”, mas como um jato de ar supersônico sendo cuspido pela Terra.

Em resumo: a explosão de Tonga foi tão gigantesca que quebrou a escala tradicional de decibéis.

O som mais alto que ninguém ouviu?

Curiosamente, alguns dos maiores “sons” da história são totalmente silenciosos.

Em laboratório, cientistas já geraram ondas de pressão de cerca de 270 decibéis usando lasers de raios X em jatos microscópicos de água. Isso é mais alto do que o lançamento do foguete Saturno V (203 dB), que levou a humanidade à Lua.

Mas tem um porém:
→ O experimento foi feito em vácuo.
Sem ar, não existe som — só pressão.

É como uma supernova no espaço: ela libera energia absurda, mas não faz “barulho”. O que ouvimos é apenas ficção espacial.

Então, qual foi o som mais alto da história?

Depende da definição:

  • Som mais alto historicamente relatado: Krakatoa (1883)
  • Explosão natural comparável: Tunguska (1908)
  • Som mais alto já registrado com instrumentos modernos: Tonga (2022)

Maior onda de pressão já criada por humanos: experimento com laser (mas tecnicamente sem som)

Se a pergunta for: “Qual o som mais poderoso já registrado na era moderna?”
A resposta é clara: TONGA 2022 é a campeã absoluta.
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