Grupo de adolescentes coloca laxante em bebedouro de escola pública no Pará

No agitado cenário estudantil de Tomé-Açú, no nordeste do Pará, um grupo de estudantes com idades entre 15 e 16 anos, imbuídos do espírito de Bart Simpson, protagonizou um episódio que acabou chamando atenção. O caso foi divulgado pela Defensoria Pública do Estado e ganhou os holofotes virando notícia.

De acordo com informações do portal G1, decidiu inserir seis comprimidos de laxante em uma garrafa de água de dois litros, despejando a mistura no bebedouro da escola pública local. Com um tempo estimado de seis horas para surtir efeito, a pegadinha levantou preocupações sobre possíveis consequências, embora até agora não tenha sido confirmado nenhum incidente com os alunos.

A instituição, ao tomar conhecimento da travessura, prontamente acionou a Polícia Militar, que iniciou um inquérito contra os jovens na Vara de Tomé-Açú. Os estudantes, enquadrados no artigo 132 do Código Penal por expor a vida ou saúde de outros a perigo direto e iminente, inicialmente enfrentariam uma medida socioeducativa sugerida pelo Ministério Público do Estado do Pará.

O advogado defensor público Rodrigo Silva Massolio orientou pela recusa da proposta de prestação de serviços à comunidade por três meses, alegando que o caso deveria ser tratado na escola, não na justiça. Ele destacou que, apesar da atitude irresponsável, a intenção era mais brincalhona do que criminosa.

A reviravolta veio com a decisão do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, que, por meio do desembargador relator Leonan Gondim, acatou as teses apresentadas pela Defensoria. A ordem concedida trancou a ação socioeducativa, preservando os direitos fundamentais dos adolescentes e reforçando o respeito ao devido processo legal.

Nessa história de pegadinhas adolescentes, fica a lição de que, por vezes, a linha entre irresponsabilidade e criminalidade é tênue. No fim das contas, uma brincadeira de mau gosto virou caso sério, mas a justiça decidiu dar um toque de leveza, garantindo que o episódio não manchasse permanentemente o registro desses jovens.