Twitter checa e desmente influenciador que disse ter ficado milionário aos 15 anos

“Como eu fiquei milionário aos 15?” É com títulos assim que a grande maioria de influenciadores (não apenas no Brasil, mas no mundo) começam seu plano para atrair vítimas dessa mentira.

Nas plataformas da Meta, postagens como essa passariam despercebidas, afinal de contas, tudo depende das agências de checagem, que normalmente se concentram apenas na política e o grande grosso de golpes financeiros acaba passando batido. No entanto, no ‘X’, as coisas funcionam de maneira diferente. Por lá, ficou muito mais difícil mentir.

Diferente do que a mídia tradicional tornou a afirmar, o recurso Notas da Comunidade, que há no X, não possui qualquer tipo de viés. Seja você de esquerda ou direita, se estiver mentindo, sua postagem terá uma checagem. Na verdade, uma observação esclarecendo o contexto. Coisa que no Facebook é impossível imaginar que aconteça.

Um exemplo de como o recurso da plataforma X abrange qualquer tipo de mentira ou enganação, foi a tentativa frustrada de um guru de investimentos, de ostentar o que muitos acreditariam ser sua Ferrari.

Dylan Huntley garante que ficou, aos 15 anos, milionário. Até aí, isso pode ser verdade, já que é um relato que para verificar se é verdadeiro ou não, demanda uma investigação mais profunda. Porém, com esse conto de encher os olhos, ele já estava divulgando por meio de uma thread o que fez para ficar tão rico em pouco tempo, e ilustrou sua história com uma Ferrari. O problema, é que ele não contava com o recurso da rede social de Elon Musk, que o desmentiu imediatamente.

“A Ferrari com a qual este indivíduo está posando é propriedade da empresa Exotic Car Rental “Cloud 9 Exotics”. Você pode ver o adesivo na janela. É comum que golpistas de negócios on-line posem com carros alugados e tentem fazê-los passar como se fossem seus”, esclareceu a nota na postagem de Dylan.

A publicação aconteceu em julho deste ano.

Postagem desmentida no X.

Um caso mais recente envolvendo o Notas e a mídia tradicional foi sobre o caso entre o cantor Caetano Veloso e Paula Lavigne. Se a mídia tradicional quis esconder o fato e normalizar o modo como os dois se conheceram, o recurso da rede social deixou bem claro: “No Brasil, se relacionar com um(a) adolescente menor de 14 anos é considerado estupro de vulnerável”, esclareceu a nota.

Publicação do Estadão verificada pelo Notas.

A Meta, empresa controladora do Facebook, de Mark Zuckerberg, não se importa muito com esse tipo de coisa. Desmentir golpistas? Bom, essa responsabilidade fica por conta das agências de checagem, que todos sabemos, não curte muito priorizar esse tipo de mentira para desmentir. E essa decisão acabou gerando uma dor de cabeça para a empresa de Zuckerberg. Isso porque o Ministério da Justiça multou a Meta em pelo menos R$ 9 milhões por conta de anúncios falsos sobre o programa Desenrola.

De acordo com informações do portal R7, um estudo da UFRJ identificou 1.048 anúncios fraudulentos no Facebook, dos quais apenas 14,6% foram removidos pela Meta. Os anúncios direcionavam usuários a sites falsos que imitavam órgãos oficiais, induzindo a divulgação de dados pessoais. Essa prática resultou em 30 sites golpistas com até R$87 mil de investimento e 1,8 milhão de visualizações, revelando uma preocupante rede de fraudes online.

Vale reforçar, mais uma vez, que o recurso Notas da Comunidade não é gerenciado por Elon Musk, ou por funcionários do X, muito menos agências de checagem (que aliás, se mentirem no X, também estão sujeitas a verificação). Uma matéria da Curiozone já mostrou como o recurso funciona, e dá pra perceber que o método é bem rígido.

Procurada, a Meta afirmou: “Não permitimos atividades fraudulentas em nossos serviços e temos removido anúncios enganosos sobre o programa Desenrola Brasil de nossas plataformas, assim que identificados por meio de uma combinação de uso de tecnologia, denúncias de usuários e revisão humana. Este caso é sigiloso e não podemos comentá-lo”.

Sabemos… Sabemos…