Polícia Federal passa a adotar termos “cisgênero” e “transgênero” em dados oficiais

A Polícia Federal (PF) atualizou seus procedimentos, agora incluindo os termos “transgênero” e “cisgênero” na categorização de depoentes, como testemunhas e investigados.

De acordo com informações do portal Metrópoles, essas classificações agora são formalmente incorporadas em oitivas e documentos oficiais, seguindo as diretrizes voltadas para políticas LGBTQIA+ adotadas pelo governo Lula.

Apesar de ainda não serem amplamente conhecidos, a PF fornece explicações adicionais para esses termos. A identificação também abrange a “orientação sexual”, com categorias como “heterossexual” e “homossexual”.

O modelo adotado pela PF inclui esclarecimentos entre parênteses, por exemplo, “Identidade de gênero homem (cisgênero; identifica-se com o gênero de nascimento), orientação sexual heterossexual, nacionalidade brasileira”.

Para os transgêneros, é explicado que a pessoa não se identifica com o gênero atribuído ao nascimento. Essa medida, segundo fontes da PF, está alinhada com a política LGBTQIA+ estabelecida por Lula.

Desde janeiro, o governo também passou a incorporar o termo “todes” em cerimônias oficiais, sendo utilizado como uma espécie de “pronome neutro” para referir-se a quem não se identifica nem como masculino nem como feminino.

Em contrapartida, em 2021, o presidente Jair Bolsonaro proibiu o uso do pronome neutro em projetos culturais financiados pela Lei Rouanet.

Em 2016, um decreto de Dilma Rousseff estabeleceu o uso do “nome social” na administração pública federal para travestis ou transexuais.

Recentemente, a escolha de Nicolas Niederauer como “atleta feminina 2023” em uma premiação de games gerou críticas da oposição no Congresso, argumentando que é injusto permitir que pessoas nascidas homens compitam com mulheres baseando-se na identificação de gênero.

Em 2023, Elon Musk, empresário dono do “X” [ex-Twitter], foi acusado de “transfobia” após afirmar que a plataforma considerava os termos “cis” e “cisgênero” como calúnia.