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Brasil ainda tem 49 milhões sem esgoto adequado e 4,8 milhões sem água encanada, diz IBGE

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Qual você acredita ser a prioridade em termos de melhoria no Brasil? Aumento do salário de juízes, de políticos; regulamentação de aplicativos, da internet, de redes sociais ou água e esgoto encanados? Para muitos, esse último parece ter sido um problema superado, porém a realidade do dia a dia de muitos brasileiros mostra que não é bem assim.

Novos números divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelam que cerca de 49 milhões de brasileiros ainda não têm acesso adequado ao saneamento básico, enquanto 4,8 milhões não contam com água encanada. De acordo com informações do jornal Folha de São Paulo, esses dados foram extraídos do Censo Demográfico de 2022, e ressaltam a persistência de desafios significativos no fornecimento de serviços básicos à população, apesar dos avanços registrados nas últimas décadas.

Quando se trata de esgotamento sanitário, em 2022, 62,5% da população residia em domicílios conectados à rede de coleta, enquanto outros 13,2% utilizavam fossa séptica ou fossa-filtro, soluções consideradas adequadas pelo Plansab (Plano Nacional de Saneamento Básico). No entanto, ainda havia 24,3% da população vivendo em condições mais precárias, incluindo o uso de fossa rudimentar ou descarte em locais inadequados, totalizando os mencionados 49 milhões de pessoas sem atendimento adequado de esgoto.

E uando o assunto é esgoto, o Brasil parece mais desigual do que uma partida de futebol entre amigos desentendidos. No Norte, menos da metade da população tinha acesso ao esgoto de forma decente, o que só fazia a situação feder mais ainda. Já no Sudeste, a coisa era diferente, com 90,7% da população nadando em um mar de esgoto tratado, como se fosse o camarote VIP da balada do saneamento básico.

Quanto ao acesso à água encanada, 95,1% da população vivia em domicílios com canalização interna em 2022, representando 192,3 milhões de pessoas. No entanto, uma parcela significativa, correspondente a 2,4% da população, ainda precisava recorrer a meios alternativos para obtenção de água, como transporte manual ou veicular, refletindo uma melhoria em relação aos dados de 2010, mas ainda assim evidenciando desafios a serem enfrentados.

Muitos não têm esgoto e água encanada.

Além disso, o Censo abordou a questão do saneamento através da análise dos tipos de banheiros disponíveis nos domicílios. A proporção de brasileiros vivendo em residências com ao menos um banheiro de uso exclusivo aumentou para 97,8% em 2022, um avanço em relação aos 92,3% registrados em 2010. No entanto, 1,2% da população ainda não tinha acesso a um banheiro exclusivo, o que representa 2,3 milhões de pessoas.

Esgoto e água encanada.

No que diz respeito ao descarte de resíduos sólidos, 90,9% da população tinha acesso à coleta de lixo em 2022, enquanto a parcela restante recorria a métodos inadequados de descarte, como queima ou despejo em áreas impróprias. Esses dados ressaltam a importância de políticas públicas eficazes para garantir o acesso universal a serviços básicos.

É importante ressaltar que o acesso adequado ao saneamento básico não é apenas uma questão de comodidade, mas também de saúde pública e qualidade de vida. Regiões sem infraestrutura adequada estão sujeitas a surtos de doenças transmitidas pela água contaminada e agravam os problemas de saúde, especialmente entre as populações mais vulneráveis.

Em suma, os números do Censo Demográfico de 2022 destacam a necessidade contínua de investimentos e políticas públicas eficazes para garantir o acesso universal a serviços básicos de saneamento no Brasil, visando não apenas melhorar a qualidade de vida da população, mas também promover o desenvolvimento sustentável e a equidade social.

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