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Desvendando a relação entre o TikTok e a batalha tecnológica entre Estados Unidos e China

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Nos corredores do Congresso Americano, democratas e republicanos geralmente marcham ao som de suas próprias batidas políticas. Porém, em uma rara harmonia bipartidária, ambos se uniram em março para um propósito peculiar: banir o TikTok dos Estados Unidos. A votação, realizada apenas uma semana após a apresentação do projeto, testemunhou uma avalanche de 352 votos a favor e apenas 65 contra, destacando a urgência percebida pelos legisladores. Mas por que tanta pressa em desencadear tal proibição, mesmo quando apenas 31% dos americanos apoiam a ideia?

A justificativa reside na preocupação crescente sobre a segurança nacional. Os congressistas argumentam que o TikTok, sendo uma criação de uma empresa chinesa, representa uma ameaça potencial à privacidade dos usuários americanos. Há o temor de que dados pessoais possam ser coletados e, eventualmente, utilizados pelo Partido Comunista Chinês, ampliando assim sua influência. Além disso, o aplicativo é visto como uma plataforma para disseminação de desinformação e propaganda chinesa no Ocidente.

Se aprovada, a lei exigiria que a ByteDance, empresa-mãe do TikTok, vendesse sua operação nos EUA para uma entidade americana dentro de seis meses, sob pena de retirada compulsória do aplicativo das lojas digitais por parte da Apple e Google. Embora o projeto ainda precise passar pelo Senado, o presidente Joe Biden já manifestou apoio à medida.

No entanto, o embate não é novo. Em 2020, o então presidente Donald Trump também tentou proibir o TikTok, uma ação que foi posteriormente invalidada pelo Judiciário. Além dos EUA, outros países como a União Europeia, Austrália e Reino Unido também expressaram preocupações similares, proibindo o uso do aplicativo em dispositivos oficiais do governo.

Mas por trás dessa contenda, há uma guerra mais ampla em jogo: a batalha pela supremacia tecnológica entre EUA e China. Esta rivalidade abrange desde mercados como carros elétricos e smartphones até a corrida pelos chips, elemento vital na era da inteligência artificial. Banir o TikTok emerge como mais um capítulo nesse conflito, uma declaração simbólica de resistência ao avanço chinês.

No entanto, as preocupações não são infundadas. A China mantém um controle estrito sobre a internet e suas empresas, resultando em uma série de aplicativos ocidentais bloqueados no país. Embora não haja evidências concretas de que o TikTok compartilhe dados com o governo chinês, a questão da privacidade permanece central.

Homem segurando uma bandeira dos EUA de cabeça para baixo durante marcha em protesto depois da morte de George Floyd no Brooklyn, em Nova York.

Porém, a proibição do TikTok não resolve o cerne do problema para os burocratas estatais: a falta de regulamentação efetiva sobre o uso de dados pelas redes sociais. Alguns legisladores argumentam que é mais sensato impor políticas transparentes e rigorosas de privacidade, garantindo assim a proteção dos dados dos usuários, independentemente de sua origem.

No fim das contas, a saga em torno do TikTok reflete não apenas preocupações sobre segurança e privacidade, mas também a necessidade de abordar de forma mais ampla o papel das redes sociais na geopolítica atual. Enquanto os EUA optam por uma medida de cunho político, a discussão sobre uma solução mais racional permanece em suspenso, deixando uma dança política em curso, onde todos parecem perder.

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