Esse é um assunto que tem mexido com os ânimos no mundo das redes sociais: a concorrência do Twitter, agora conhecido como X, com plataformas como Threads e BlueSky. Mas será que essas plataformas realmente estão preparadas para tomar o lugar do Twitter?
Nilce e Leon, dois influenciadores digitais, fizeram um vídeo explicando por que acreditam que redes como Threads e BlueSky vão crescer enquanto o Twitter ficaria para trás. Segundo Nilce, o futuro das redes sociais está no "fediverso", um ecossistema onde redes diferentes podem interagir. Ela menciona que embora use Threads e BlueSky, o fediverso é o que realmente fará a diferença, diminuindo o domínio do Twitter.
No entanto, essa análise pode ser contestada. No Brasil, onde o Twitter foi temporariamente banido devido a um conflito judicial com o ministro Alexandre de Moraes, muitos usuários, especialmente aqueles de esquerda, migraram para Threads e BlueSky. A intenção era protestar contra a gestão de Elon Musk ou simplesmente continuar suas atividades online. Mas, o Twitter continua sendo a rede social mais utilizada no Brasil, com muitos usando VPNs para contornar a proibição, como a ProtonVPN, que é gratuita e eficaz.
A ideia do fediverso, baseada no protocolo ActivityPub, não é nova. Ela promete a integração de várias redes sociais, permitindo que um post feito em uma plataforma apareça em outras. Parece uma solução brilhante, mas a realidade é mais complexa. A descentralização traz desafios logísticos e de moderação que não compensam necessariamente o benefício para o usuário comum. Redes como o Mastodon, que já existe há anos, ainda lutam para atrair uma base de usuários significativa, evidenciando que a simplicidade e a centralização de uma única plataforma podem ser mais atrativas.
Além disso, há um paradoxo interessante: enquanto a esquerda brasileira defende a descentralização como uma forma de resistir à censura, o fediverso pode ser ainda mais difícil de controlar ou moderar do que o Twitter. Isso é irônico, considerando que foi justamente a resistência à censura que levou ao banimento do Twitter no Brasil. Plataformas como BlueSky e Threads enfrentam problemas de moderação, especialmente quando se trata de conteúdo mais sensível ou de vídeos, que BlueSky ainda nem suporta.
O fator networking do Twitter também é crucial. Com a maioria das pessoas, até mesmo a mídia tradicional brasileira, voltando a usar o Twitter através de correspondentes internacionais, a plataforma mantém sua relevância. Jornais como Folha de São Paulo, Poder360 e CNN Brasil reconheceram a queda no engajamento após sair do Twitter e voltaram, mesmo que de forma indireta, para continuar alcançando seu público.
Por fim, a realidade é que, apesar da promessa de inovação e liberdade, a complexidade do fediverso e a eficácia do Twitter em termos de alcance e engajamento ainda não foram superadas. A batalha das redes sociais continua, mas por enquanto, o Twitter parece manter sua coroa no Brasil.