Aconteceu
Sem saber que passageira portava drogas, motorista da 99 é preso após aceitar corrida
Lorena Zampolli luta para provar a inocência de seu pai.
Indignação e revolta. Esse é o sentimento de milhares de internautas que se depararam com o relato de Lorena Zampolli na madrugada desta terça-feira (20), quando sua postagem no Twitter viralizou. A jovem de 23 anos que é contadora, afirma estar vivendo dias de desespero após descobrir da pior maneira que é difícil provar a inocência de alguém no Brasil.
De acordo com Lorena, tudo começou no dia 18 de junho, quando seu pai José Adriano de Sousa Lima, de 45 anos, acostumado a pegar corridas longas, aceitou uma pelo aplicativo da 99. O que parecia ser mais uma corrida longa comum, se tranformou em caso de polícia. A passageira, com duas mochilas contendo cocaína e maconha, embarcou do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, até a cidade de São Tiago, no interior de Minas Gerais, a 196 km ao sudoeste da capital mineira, Belo Horizonte.
A corrida aconteceu no carro em que José Adriano dirigia, que foi parado e preso pela Polícia Rodoviária Federal após encontrarem cerca de 4 kg de cocaína e maconha em duas mochilas que estavam com a passageira, identificada como Tairiny Cristini Duarte Custódio, de 26 anos.
Tanto José Adriano como Tairiny foram presos e levados para a delegacia. “Foi feita uma audiência de custódia, e a juíza plantonista manteve a prisão”, relatou a advogada criminalista Carla Bejani, que defende o motorista de aplicativo.
Lorena afirma, no relato, que seu pai jamais teve qualquer envolvimento com isso, não conhece a passageira, e que uma simples quebra de sigilo telefônico que a Justiça se nega a fazer o inocentaria.
“Quero deixar claro também até para aqueles que trabalham na 99 que eles não nos prestaram qualquer apoio jurídico e também não estão colaborando…”, diz a jovem.
Lorena diz ainda que seu pai vem colaborando com a justiça a todo momento, desde a delegacia, onde ele informou que era motorista de app e que a corrida não foi encerrada. No entanto, segundo a jovem, sequer olharam o celular dele.
“É um sentimento de indignação. Eu já sabia que a Justiça no Brasil é lenta, precária, mas não sabia que é tão absurda desse jeito que estou presenciando. Além, é claro, de toda a humilhação que ele está passando na prisão. A gente sabe que os presídios no Brasil são precários. Sem contar o risco de pegar Covid-19”, relatou, em conversa com o portal Metrópoles.
Ainda de acordo com Lorena, apesar de sua avó ter ido até a sede da 99 onde recebeu a informação de que há uma equipe tratando do caso, a empresa nunca entrou em contato com ela ou com a advogada de seu pai nem mesmo para pedirem o número do processo.
Foi pedido para José Adriano um habeas corpus, que no entanto, foi negado.
Meu pai vem colaborando com a justiça a todo momento, desde a delegacia, ele informou q era motorista de app e que a corrida não foi encerrada e nem sequer olharam o celular dele, abaixo deixo o print da decisão do habeas corpus pic.twitter.com/CoPPJXRmjZ
— Lorena Zampolli (@lorenazampolli) July 20, 2021
Ulisses Sanches da Gama, advogado que defende Tairiny Cristini, disse que sua cliente já inocentou o motorista de aplicativo durante audiência de custódia.
“Segundo ela [Tairiny], um parente estaria devendo traficantes de uma favela no Rio. Ela foi coagida a realizar o transporte, pois somente assim seu ente não sofreria represálias”, relatou o advogado, ao acrescentar que ainda não há defesa de mérito.
A versão apresentada pelo advogado, contudo, é diferente da que foi relatada por Tairiny aos agentes da PRF, durante o flagrante.
Segundo o boletim de ocorrência (BO), a mulher apontou José Adriano como o proprietário das drogas e alegou ter solicitado uma corrida no aplicativo “para fazer um programa sexual com uma pessoa de nome Gustavo”, em São Tiago. Ulisses disse que a PRF colocou qualquer coisa no BO. “É mentira”, afirmou.
À imprensa, a advogada Carla Bejani contestou a afirmação do advogado Ulisses Sanches e disse que Tairiny Cristini, em nenhum momento, inocentou José Adriano durante a audiência de custódia.
Em nota, a 99 afirmou à Curiozone que lamenta o ocorrido e que não pode compartilhar informações e dados sem a prévia requisição das autoridades.
“A 99 lamenta profundamente o ocorrido com o motorista parceiro José Adriano de Souza Lima. Pela legislação vigente, o compartilhamento de informações e dados de usuários depende de prévia requisição de autoridades policiais e/ou judiciárias. Assim, entramos proativamente em contato com a polícia e aguardamos os trâmites para seguir colaborando. Continuamos a postos para apoiar as investigações no que for necessário para que o caso seja esclarecido o mais breve possível.”, disse a empresa.
A Polícia Rodoviária Federal também foi procurada e informou que a Polícia Civil de Minas Gerais está cuidando do caso.
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