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Jornalista da CNN diz que é racista brancos usarem memes de negros: “Blackface digital”

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Um texto publicado neste domingo (26) no portal da CNN provocou as mais diversas reações na internet. O autor, Jonh Blake, disserta a respeito do que chamou de “blackface digital”, o ato de brancos utilizarem memes de pessoas que são negras. Na verdade, o autor endossa o comentário de Lauren Michele Jackson, uma autora e crítica cultural, em um texto para a revista Teen Vogue.

De acordo com a escritora, há uma tendência entre algumas pessoas de considerar os negros como uma hipérbole ambulante, o que é evidenciado pela prosperidade da internet em exibições exageradas de negritude que são alvo de risos dos brancos.

Fazendo coro a Lauren, o jornalista da CNN elucida que o uso do blackface digital ocorre quando pessoas brancas se apropriam de elementos da cultura negra na internet, como imagens, gírias e bordões, com o objetivo de obter humor ou expressar emoções.

Para ele, “se você é negro e compartilhou essas imagens online, você recebe um passe. Mas se você é branco, pode ter perpetuado inadvertidamente uma das formas mais insidiosas de racismo contemporâneo”.

Na publicação no Twitter, diversos internautas se manifestaram debatendo sobre o texto. “Eu sou negra e fui negra toda a minha vida. Eu nunca li algo mais estúpido do que isso”, comentou uma usuária. “E se você for mestiço como eu? […] E se eu usar um GIF feminino. Eu sou o mais sexy? Pare com os rótulos. Todos nós sabemos quando alguém está realmente sendo ofensivo”, disse outro. “Como alguém pode levar a CNN a sério neste momento?”, se indignou outro.

“Parabéns, essa é a coisa mais idiota que li em todo o ano de 2023. Vocês realmente se superam a cada dia”, comentou um usuário.

Por mais de 200 anos, a prática conhecida como “blackface” foi utilizada ao longo da história. Seus primeiros registros datam por volta de 1830, em Nova York. Esta era uma prática que ridicularizava as pessoas negras, com o objetivo de entreter os brancos. Estereótipos negativos e piadas depreciativas eram comuns nesse tipo de apresentação, principalmente nos Estados Unidos e na Europa, em uma época onde negros eram proibidos de atuar em filmes e peças de teatro. Militantes antiracismo afirmam que a prática ser feita, também, nos dias de hoje, é racista.

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