Augusto Nunes explica por que ‘Os Pingos nos Is’ cresceu: “Absorveu órfãos da imprensa”

O jornalista Augusto Nunes participou do programa ‘Fora da Bolha’, do canal Flow News nesta segunda-feira (11), onde falou, entre outras coisas, a respeito do que pensa sobre como está o cenário atual do jornalismo brasileiro.

O jornalista fundador da Revista Oeste respondeu ao apresentador André Marinho sobre o motivo do programa ‘Os Pingos nos Is’ não ter um contraponto; Augusto foi um dos integrantes do programa da Jovem Pan News de 2017 à 2022. Ele expressou ainda seu pensamento sobre a forma como os espectros políticos são retratados na mídia e na política brasileira.

“É claro, também, que até interfere nessa posição, a questão mercadológica. [Se] você tem um público que não é atendido, você deve atendê-lo. É a demanda reprimida, até porque [as pessoas] têm direito a informação. No programa ‘Os Pingos nos Is’, você tem o seguinte: a Jovem Pan tava atendendo (e por isso cresceu) a um público que era órfão da Veja, da própria Globo (em alguns momentos), do Estadão… que mudaram a linha editorial, então é interessante falar para essas pessoas”, explicou Augusto.

Ele destacou também que no programa “Os Pingos nos Is”, acreditava que a existência do contraponto (alguém que discorda das opiniões predominantes) era desnecessária já que, em outros veículos de mídia, as opiniões discordantes não eram adequadamente representadas ou consideradas.

Augusto deixou claro que ‘Os Pingos nos Is’ tinha a proposta de deixar a balança mais justa, e argumentou que a mídia muitas vezes distorce a representação do espectro político, especialmente em relação a figuras políticas como Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva. Ele sugeriu que a mídia retrata temas de maneira negativa quando se trata de Bolsonaro, mas a retrata de forma mais positiva quando se trata de Lula, usando termos diferentes para descrever suas ações políticas, e pontou que trabalhar para corrigir essa distorção tem sido uma ocupação sua por algum tempo.