Aconteceu
Grupo de esquerda convoca “todes” para manifestação em solidariedade ao povo palestino
Uma convocação política que expressa solidariedade ao povo palestino em um conflito com Israel foi publicada nesta quinta-feira (12) no Instagram. Emitido pelo grupo Faísca Revolucionária, o comunicado diz condenar fortemente as reações de Israel na região, descrevendo-as como “crime de guerra sem precedentes” e acusando o Estado de Israel de ser “ilegítimo e imperialista”.
Na declaração, o grupo reconhece a complexidade da situação, e diz não endossar os métodos e estratégias do grupo terrorista palestino Hamas, que busca estabelecer um Estado teocrático. Em vez disso, enfatiza a defesa do direito à autodeterminação nacional do povo palestino e a visão de uma Palestina operária e socialista onde árabes e judeus possam conviver pacificamente.
Contudo, o que mais chamou atenção no convite a manifestação foi a utilização do pronome neutro. Ao chamar o público para um ato que ocorrerá em Porto Alegre, no Memorial Luiz Carlos Prestes, o grupo de esquerda utiliza a palavra “todes”.
A economista Renata Barreto repercutiu o comunicado por meio de sua conta oficial na plataforma X: ““Todes” pela Palestina. Eu conto ou vocês contam?”, ironizou Renata.
“Todes” pela Palestina. Eu conto ou vocês contam? pic.twitter.com/G4KxNYvwrl
— Renata Barreto (@renatajbarreto) October 13, 2023
Anexado ao post, Renata inseriu uma reportagem da BBC falando sobre o caso de Ahmad Abu Marhia, um homossexual de 25 anos que, em outubro do ano passado, foi encontrado decapitado na região ocupada da Cisjordânia. O caso levou à prisão de um suspeito pela polícia palestina.
O pronome neutro é uma proposta da comunidade LGBTQ, que na palestina, não é tolerada. Isso porque embora a prática homossexual seja legal na Cisjordânia, ela é considerada ilegal na Faixa de Gaza.
Grupos LGBTQ em Israel afirmam que ele havia recebido ameaças por ser gay e que buscava asilo lá. Enquanto o vídeo do crime se espalhou, a polícia afirmou que o motivo ainda é incerto. Amigos dizem que ele foi sequestrado para a Cisjordânia, mas a família nega e afirma que ele a visitava regularmente.
Nas repostas da postagem da economista, o convite feito pelo grupo de esquerda foi massivamente ridicularizado: “Essa turma seria a primeira a ser esfolada viva. O responsável pelo panfleto teria a cabeça exposta pra servir de exemplo do que não fazer”, disse um usuário. “Jovens contemporâneos, além de ter paixão por drogas e traficantes, vão a uma festa rave na FAIXA DE GAZA e escondem-se de terroristas atirando dentro de BANHEIROS QUÍMICOS (plástico). A estupidez dos jovens de hoje é impressionante!”, pontuou outro.
Outro usuário comentou: “Essas coisas não tem que contar. Tem que deixar eles descobrirem por conta própria. A gente só assiste de longe”, disse.
Atualmente, cerca de 90 palestinos LGBT vivem como solicitantes de asilo em Israel, onde só recentemente puderam buscar trabalho.
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