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Unidos por um bem maior: Inter e Grêmio se juntam para ajudar moradores de rua no frio de Porto Alegre

Em um dos dias mais gelados do ano, Porto Alegre se une para ajudar pessoas em situação de rua abrigadas no ginásio do Inter – e com doações substanciais do Grêmio

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É hora de deixar a rivalidade de lado, pelo menos por enquanto. Não é hora de brigas, não é hora de contenda. Um mal precisa ser combatido e, nessas horas, a prudência fala mais forte. A previsão é de que uma das madrugadas mais frias do ano aconteça por esses dias na capital do Rio Grande do Sul. Percebendo isso, Inter, Grêmio e a prefeitura se juntaram para abrigar centenas de moradores de rua no Gigantinho, com direito a sopa, colchões e até mesmo espaço para animais se protegerem do ar gélido desse inverno em Porto Alegre.

O entorno do Beira-Rio era lotado de gremistas e colorados com o intuito de ajudar, desde o início da tarde. Enquanto uns levavam agasalhos, outros levavam alimentos. De acordo com uma reportagem do globoesporte.com, o ônibus do Grêmio deixou a Arena carregado de mantimentos e chegou ao estádio rival sob aplausos.

Unidos por um bem maior: Inter e Grêmio se juntam para ajudar moradores de rua no frio de Porto Alegre.

A organização da iniciativa contabilizou a arrecadação de 2 mil cobertores, 50 mil peças de roupa e cerca de sete toneladas de alimentos. Ah! E os jogadores dos dois elencos não ficaram de fora, também fizeram sua contribuição.

“Eles vão ganhar material para levar e outros serão doados para a prefeitura realocar nas instituições atendidas. O Inter já tem esse histórico em outras cidades, mas essa ação tornou uma proporção grande bem rápido, o que prova que é possível ser o início de uma parceria. Os clubes têm muita força”, declarou o vice-presidente Relacionamento Social do Inter, Norberto Guimaraes.

Inicialmente, a previsão era oferecer 300 leitos dentro do ginásio. Isto, quase dobraria a capacidade da cidade de prestar assistência. Somadas, as duas entidades têm capacidade para atender 375 pessoas de uma população de 4 mil moradores de rua. Havia colchões disponíveis para até o dobro disso.

Tirando os riscos de transmissão de doenças que ocorrem especialmente no invento, o frio mesmo, em si, pode ser fatal. Na manhã desta sexta-feira, por exemplo, um morador de rua foi encontrado morto em Porto Alegre e a causa, possivelmente, foi hipotermia. A temperatura que cada organismo suporta varia conforme diversos fatores, como a umidade e a força do vento. Há um consenso, porém, que, próximo a 0ºC, um corpo despreparado pode não resistir.

“O morador de rua tem de 25 a 35 anos, relativamente jovens. Antigamente era o “velho do saco”, agora são jovens que saíram dos acolhimentos. Muitas pessoas que usam drogas ou com problemas psíquicos, mas também muita gente em busca de trabalho”, diz Vera Ponzio, presidente da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc).

Segundo ela, o importante é dar alternativas, pois ainda há um número significativo de pessoas jovens e idosas em situações de rua, e é mais perigoso para elas.

A iniciativa do Inter ao abrir as portas do Gigantinho foi inspirada em uma ação semelhante realizada pelo River Plate em Buenos Aires. O clube argentino abriu o estádio Monumental de Núñez para receber pessoas que não teriam onde dormir na noite de quarta-feira e ainda organizou uma doação de cobertores e agasalhos no estádio.

Ação semelhante realizada pelo River Plate em Buenos Aires.

A previsão é de que a temperatura mínima seja de 4ºC, mas que, devido às rajadas de vento, a sensação térmica caia para 0ºC ou menos, entre 5h e 6h de sábado. A partir das 7h, as pessoas devem sair e retornar a seus lares. No caso, a rua. Porém, saberão sempre onde buscar calor nas situações mais extremas.

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