Aconteceu
Em 2011, RedeTV! venceu licitação e quase chegou a transmitir o Brasileirão
A emissora chegou até anunciar ter oferecido a maior quantia pelo futebol brasileiro: R$ 1,54 bilhão.
Ela tem apenas 22 anos, é a mais nova dentre as grandes emissoras do país e já teve a esperança de poder transmitir o campeonato de futebol mais assistido do país. Sim, há 10 anos a RedeTV! quase transmitiu o Brasileirão. A emissora venceu a licitação do certame de 2012 a 2014, mas viu seu sonho de alavancar a audiência ruir depois que o Clube dos 13, que cuidava dos direitos de transmissão dos clubes foi implodido.
O responsável pela destruição do sonho da RedeTV! em 2011 tem nome e sobrenome: Andrés Sanchez, o então presidente do Corinthians.
“Não precisamos do Clube dos 13 para negociar com as emissoras”, afirmou o cartola, que viu seu discurso ser abraçado por outro clube grande: o Flamengo. Pegando carona nessa, também seguiram Fluminense, Vasco e Botafogo. Todos eles decidiram que iriam acertar seus contratos de transmissão diretamente com as emissoras, sem a intermediação de ninguém.
Esses clubes alegavam que sem o Clube dos 13, poderiam obter contratos bem mais rentáveis.
Em março de 2011, Fábio Koff (1931-2018) dava a grande notícia: a RedeTV! vencia a licitação pelo Campeonato Brasileiro 2012-2014 pela extraordinária quantia de R$ 1,54 bilhão parcelados em R$ 516 milhões anuais, sendo R$ 300 milhões de entrada.
Na época, o telejornal RedeTV! News, inclusive, chegou a noticiar a aquisição da emissora.
A emissora de Amílcare Dallevo Jr. e Marcelo de Carvalho foi a única que participou do processo licitatório. Àquela altura, a Record, assim como a Globo também tinha planos de ir negociar diretamente com os clubes os direitos de transmissão separadamente.
O resultado todo mundo já sabe, falaram pra RedeTV…
O processo de dissolução do Clube dos 13 vinha sendo ensaiado desde 2010. Tudo porque Kléber Leite, que já havia presidido o Flamengo, era o candidato de Sanchez para estar à frente do Clube dos 13, o que não aconteceu. Ele perdeu para Fábio Koff.
A partir daquele ano, os direitos de transmissão seriam negociados de forma separadas por plataformas: TV aberta, fechada, pay-per-view e internet.
Depois do Corinthians, o primeiro a deixar o Clube dos 13, saíram os já mencionados Flamengo, Vasco, Botafogo e Fluminense; depois, Coritiba, Cruzeiro, Santos, Sport e Bahia, até que os próprios apoiadores de Koff sucumbiram, como o Atlético-MG, Athletico Paranaense, São Paulo e Palmeiras.
A postura da Globo em sair correndo do processo licitatório para procurar os clubes individualmente soou como antidemocrática, pois burlava a livre concorrência. Ao passo que a demora da Record em fazer o mesmo (sua proposta era de R$ 912 milhões) foi determinante para que ela perdesse essa batalha de lavada. O Atlético-MG foi o último clube a assinar com a Globo.
De lá pra cá, o modelo de negociação se manteve, e mais recentemente, com a concorrência do Grupo Turner na TV fechada, para os canais Esporte Interativo, que acabaram.
O atual contrato do Brasileirão é válido até 2023.
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