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Escrotoplastia, procedimento para reduzir o escroto, ganha espaço entre homens no Brasil
Não é novidade que os homens estão cada vez mais vaidosos e preocupados com a estética. Agora, esse cuidado chegou às partes íntimas. De acordo o urologista Ubirajara Barroso Jr., diretor da Escola Superior de Urologia da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a procura por tratamentos para a região aumentou cerca de 20% nos últimos dois anos. Um desses procedimentos é a escrotoplastia, que reduz o tamanho do escroto. As informações são do jornal O Globo.
“Antes os homens procuravam exclusivamente formas de aumentar o pênis, agora descobriram que alguns procedimentos podem ser realizados também no escroto”, diz o médico.
Ao contrário de outros tratamentos, como o alongamento com extensores, engrossamento peniano para genitais de tamanho aparente normal, essa intervenção não é contraindicada pelas sociedades médicas. A escrotoplastia é indicada quando há aumento anormal do tamanho do escroto. Isso pode acontecer devido à flacidez gerada pelo envelhecimento e por doenças como a hidrocele e a varicocele.
Além do incômodo estético e psicológico, o tamanho aumentado pode causar dor e desconforto físico se houver fricção com as coxas, por exemplo.
“O incômodo é estético, mas também físico porque, ás vezes, o escroto fica tão baixo que incomoda na relação sexual, ao caminhar, ao colocar roupas”, explica Ubiraja Jr., que atua em reconstrução genital e em grupos de pesquisa de procedimentos para melhorar a estética genital de pacientes amputados e com micropênis.
O procedimento para correção é cirúrgico, feito com anestesia geral ou raquidiana. O corte é feito atrás da bolsa testicular, levantando o excesso de pele. Embora não seja o objetivo da cirurgia, além de suspender a região, há redução da rugosidade e aparência de um pênis mais alongado em razão da correção da posição do escroto. No entanto, o médico contraindica a realização deste tipo de procedimento para quem quer apenas “alisar” o local.
Os riscos são os mesmos de outros procedimentos cirúrgicos e não há dano na fertilidade nem na funcionalidade sexual, segundo Ubirajara Jr. A recuperação é rápida. Em cerca de uma semana é possível retornar ao trabalho e em um mês, a vida sexual.
A cirurgia pode ser feita em qualquer idade, mas é mais comum em homens a partir dos 50 anos. Ubirajara Jr. apenas ressalta a importância de estar atento ao perfil do paciente.
“Quando avaliamos um homem que tem uma queixa estética genital, precisamos considerar se o órgão é normal ou não e se a queixa faz sentido. Por exemplo, em pessoas com dismorfismo corporal, ou seja, que tem uma autoimagem danificada, é completamente contraindicado qualquer tipo de procedimento”, explica o especialista.
Em relação ao uso de outras técnicas estéticas que tem se popularizado, como a aplicação de toxina botulínica para deixar o escroto com aspecto menos rugoso e a injeção de substâncias para aumentar o diâmetro do pênis, Ubirajara Jr. alerta que faltam evidências sobre sua eficácia e segurança.
“Eu não acredito na injeção de substâncias, como ácido hialurônico e gordura, porque o nível de evidência disso é muito pequeno e eu já vi complicações muito sérias. A maior parte das sociedades médicas não recomenda esse tipo de procedimento. O scrotox, que seria a injeção de toxina botulínica no escroto, também carece de trabalhos científicos que comprovem sua eficácia e segurança”, diz o diretor da Escola Superior de Urologia da SBU.
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