Connect with us

Animais

Mamífero da Austrália pode entrar em extinção por fazer sexo demais; entenda o caso

Published

on

Pouca fome, nada de sono e muito sexo. Essa é a forma que uma espécie de marsupial conhecida como quoll-setentrional tem vivido. Porém, segundo a descoberta de um grupo de biólogos australianos, esse comportamento incomum pode levar a extinção do bicho.

De nariz rosado e manchinhas brancas ao redor do corpo, esse hábito um tanto inusitado acontece pois os marsupiais têm que percorrer distâncias longas em busca de parceiras para se acasalar.

Segundo o estudo feito pela Universidade da Costa do Sol, isso é o que faz eles abdicarem o descanso e gastarem muita energia. As fêmeas da espécie, por outro lado, são capazes de viver e reproduzir por até quatro anos.

Os quolls machos passaram apenas 8% do tempo descansando, em comparação com 24% das fêmeas, e 13% do tempo caminhando, em comparação com 9% das fêmeas.

Em entrevista à BBC, o professor sênior da Universidade da Costa do Sol, na Austrália, detalhou um pouco mais sobre como é o acasalamento dessa espécie. Segundo Christofer Clemente, eles andam por distâncias muito longas para acasalar sempre que possível: “parece que seu impulso é tão forte que eles deixam de dormir para passar mais tempo procurando por fêmeas”, disse.

Esse comportamento tem um nome: semelparidade. E ele não é exclusivo dos marsupiais. Isso porque salmões também agem da mesma forma nadando rio acima a fim de se reproduzir uma vez e em efeméridas que vivem apenas um dia. Todavia, nesses exemplos, tanto os machos quanto as fêmeas têm vida curta.

Como já foi dito, os quolls-setentrionais são de uma espécie de marsupial, o que significa que eles têm uma bolsa onde os filhotes terminam o seu desenvolvimento. Se trata de um mamífero que existe apenas na Austrália e tem um tamanho igual ao de um esquilo.

Durante a pesquisa, os estudiosos analisaram o comportamento desses animais por 42 dias. Eles monitoraram os mamíferos por meio de dados emitidos por uma mochila em miniatura colocado nos animais na ilha de Groote Eylandt, ao norte da Austrália.

Os dados mostraram que os machos mais vigorosos e interessados na morena percorriam cerca de 10 km ininterruptos em uma única noite para acasalar. A distância equivale a 40 km percorrido por seres humanos.

“A privação do sono e os sintomas associados, por um período prolongado, tornariam a recuperação impossível e poderiam explicar as causas de morte registradas nos machos após a época de reprodução”, disse Joshua Gaschk, um dos autores do estudo.

A organização Australian Wildlife Conservancy afirma que há somente 100 mil marsupiais no país e essa população está em declínio. Além disso, a ameaça de predadores como gatos do mato e envenenamento por sapos-cururus são outros fatores determinantes.

Advertisement
Advertisement
Advertisement

Mais Acessados