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Estudo aponta que 1 em cada 10 pequenos industriais pode fechar as portas em até 3 meses
Dados do Sindicato da Micro e Pequena Indústria de São Paulo (Simpi) revelam que, diante dos juros altos e do aumento da capacidade ociosa, cerca de 10% dos pequenos industriais estão enfrentando o risco de encerrar suas atividades nos próximos três meses.
Os números foram obtidos pelo jornal Estadão e publicados em uma reportagem nesta terça-feira (27).
Joseph Couri, presidente do Simpi, expressou preocupação com esse número, enfatizando a importância de manter e fortalecer as empresas para gerar empregos, oportunidades, impostos e distribuição de renda.
De acordo com o Indicador Nacional da Micro e Pequena Indústria, apenas 48% dos pequenos industriais estavam operando com capacidade produtiva total em maio, em comparação com 50% na pesquisa anterior referente a fevereiro e março. O levantamento foi realizado pelo Datafolha, a pedido do Simpi, entre os dias 9 e 29 de maio.
Joseph Couri explicou que a produção piorou e a capacidade ociosa das empresas aumentou. Na região Sul, 60% das micro e pequenas indústrias operavam com algum nível de ociosidade, enquanto apenas 40% estavam em pleno funcionamento. No Nordeste, esse número era de 47%, no Sudeste 53%, e no Centro-Oeste e Norte, 51%. Em São Paulo, 56% das empresas pesquisadas funcionavam normalmente, enquanto 44% enfrentavam algum grau de paralisação.
Couri destacou que a alta taxa de juros é o principal obstáculo enfrentado pela micro e pequena indústria brasileira, pois encarece os custos operacionais e afeta a demanda dos consumidores. De acordo com a pesquisa, 66% das empresas estão sendo prejudicadas pelas taxas de juros, enquanto outros 16% também são afetados. No total, 82% das micro e pequenas indústrias do Brasil estão sofrendo com as taxas de juros.
Embora seja esperado um ciclo de redução nas taxas de juros, Couri ressalta que as reduções serão modestas e terão um impacto defasado na economia real, o que atrasará o alívio sentido pelos pequenos industriais.
Além disso, a pesquisa de maio revelou que 13% das empresas tiveram que recorrer ao cheque especial como capital de giro, enquanto 7% buscaram empréstimos pessoais para esse fim. Couri concluiu que a restrição de crédito combinada com altas taxas de juros está inibindo a produção na micro e pequena indústria.
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