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Após 37 anos, filhotes de ararinha-azul nascem no sertão baiano; veja mais detalhes
Sim, literalmente aquela espécie que muitos acreditaram que estava oficialmente extinta. Agora, após 37 anos de ausência, um acontecimento emblemático agita o norte da Bahia: dois filhotes de ararinha-azul, conhecida como Cyanopsitta spixii, nasceram no município de Curaçá.
Esta espécie, exclusiva da região do sertão baiano, viu seu renascimento há apenas 10 dias, só que você só está sabendo disso agora, porque a divulgação foi estrategicamente atrasada para garantir a segurança das aves, que enfrentam uma taxa de sobrevivência baixa nas primeiras semanas.
De acordo com informações do portal G1, o nascimento foi um feito notável, visto que estes filhotes são fruto do casal formado por “Bizé” e uma fêmea, liberada em dezembro, sendo a primeira família em vida selvagem. Os especialistas do projeto evitaram perturbar o ninho, deixando os pais cuidarem dos filhotes, que agora são monitorados.
Cromwell Purchase, diretor da Associação para a Conservação de Papagaios Ameaçados (ACTP) no Brasil, ressaltou a importância desse marco: “Essa notícia nos enche de esperança e motiva para continuarmos firmes no trabalho fundamental de reflorestamento junto à comunidade, para que possamos proporcionar para a nova geração de ararinha-azuis alimento e moradia em seu novo lar.”
As ararinhas-azuis, imortalizadas no filme “Rio”, retornaram à natureza após um longo período de extinção, fruto de um esforço de reintrodução da espécie no habitat natural pela ONG alemã ACTP e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Este processo teve início há três anos, repatriando 52 aves da espécie que estavam em cativeiros fora do Brasil. Após um tempo em um viveiro na Europa, as aves foram transferidas para um viveiro em Curaçá, na caatinga baiana, seu habitat natural.
O tráfico de animais e a destruição do bioma da Caatinga foram apontados como fatores principais para a extinção da espécie. Desde 2009, ambientalistas e pesquisadores se unem no projeto de reintrodução das ararinhas na natureza, culminando com a criação do Plano de Ação para Conservação da Ararinha-Azul (PAN) em 2012.
Esse renascimento gradual das ararinhas na natureza é um sinal de esperança, marcando uma nova era para essa rara ave brasileira, outrora considerada extinta na região.
Oficialmente extinta na natureza?
Um grande equívoco acabou levando muitos a acreditarem na extinção oficial da ave. Isso porque embora extinta na natureza desde 2019, exemplares da espécie ainda existem em cativeiro, sendo preparados para retorno ao Brasil.
Uma reportagem da AFP esclareceu que a ararinha-azul, pertencente à família dos papagaios, foi vítima da caça e perda de habitat, levando à sua extinção na natureza. No entanto, a espécie persiste em cativeiros, e esforços de conservação visam reintroduzi-la no Brasil.
O Instituto Chico Mendes e a ACTP alemã estão colaborando nesse projeto, com a chegada e nascimento de aves no Brasil. Enquanto a ararinha-azul-de-Spix está extinta na natureza, a arara-azul, mencionada em outras publicações, continua como espécie “vulnerável” na lista vermelha da IUCN, ainda presente em seu habitat natural.
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