Há 15 anos, cidades de SC estão sem registrar nenhum homicídio; conheça quais são

Às margens da SC-451, um cemitério antecede a entrada principal do município de Frei Rogério, no Meio-Oeste catarinense. No entanto, os jazigos, feitos em sua maioria de cimento, refletem uma imagem diferente do dia a dia da cidade de pouco mais de 2,4 mil habitantes. Isto porque o local, que foi palco de conflitos durante a Guerra do Contestado na década de 1910, não registra algum tipo de homicídio há 15 anos, segundo dados da Polícia Civil de Santa Catarina.

Um fato que traz segurança a quem escolheu o lugar para criar a família.

Cidades de SC estão há 15 anos sem registrar homicídios; veja quais.

Em meio à tranquila paisagem catarinense, as crianças podem brincar livremente nas ruas e os moradores muitas vezes deixam suas casas abertas, sem a necessidade de trancas: “Com relação à violência, não me recordo de nenhum caso grave nos últimos anos”, compartilha Anny Reis, uma orgulhosa moradora da cidade.

Famoso entre internautas pelas redes sociais por ser um estado onde “comunista não se cria”, o estado de Santa Catarina, em particular algumas cidades, recentemente ganharam destaque por meio da imprensa local em uma reportagem do jornal NSC, publicada nesta terça-feira (24).

Cidades catarinenses sem registro de homicídios há 15 anos

Frei Rogério não está sozinho nessa conquista de segurança. Outros sete municípios catarinenses seguem com o índice de mortes violentas zerado há quase duas décadas. Um verdadeiro feito que é motivo de orgulho para todos os envolvidos. Vamos dar uma olhada nestas joias do Meio-Oeste e Oeste catarinense:

• Alto Bela Vista: Um pequeno paraíso no Meio-Oeste com 1.856 habitantes.
• Chapadão do Lageado: Localizado no Alto Vale do Itajaí, com 2.950 habitantes.
• Bom Jesus do Oeste: Um município do Oeste com 2.187 habitantes.
• Ouro: No coração do Meio-Oeste, com uma população de 7.032 habitantes.
• Presidente Castello Branco: Também situado no Meio-Oeste, com 1.689 habitantes.
• Santa Helena: No Oeste, abrigando 2.425 habitantes.
• Serra Alta: Outro tesouro no Oeste, com 3.303 habitantes.

Essas cidades, com uma média de 2,9 mil habitantes, compartilham um segredo que as mantém seguras: o forte senso de comunidade. Este vínculo inquebrável inibe casos de violência, e a ausência de bolsões de explosão social, comuns em centros urbanos maiores, contribui para sua tranquilidade.

Advogado tenta explicar o motivo

Segundo o advogado Guilherme Stinghen Gottardi, da Comissão de Segurança, Criminalidade e Violência Pública da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Santa Catarina, essa coesão social é um dos principais fatores que contribuem para os baixos índices de criminalidade nesses municípios. Neles, a comunidade desempenha um papel fundamental na prevenção de crimes, tornando essas cidades pequenas verdadeiros exemplos de segurança.

“Essas cidades menores apresentam menores riscos de vulnerabilidade, o que contribui para uma maior segurança e dificulta a ocorrência de crimes. Em cidades maiores, esse modelo de comunidade forte pode ser um caminho para diminuir as altas taxas de criminalidade”, destaca.

As forças de segurança e o executivo trabalham em perfeita harmonia, garantindo a orientação da população e operações que mantêm a ordem pública. Programas como a rede de vizinhos previnem crimes, com a própria comunidade atuando para impedir ocorrências.

Em Serra Alta, por exemplo, a Polícia Militar atua em conjunto com a prefeitura no monitoramento da cidade. A central é situada em um prédio cedido à corporação pelo executivo, e programas educacionais combatem o uso de drogas nas escolas locais.

Educação, esporte e estilo de vida

A educação é um pilar vital para manter essas cidades seguras. Com investimentos na educação e no esporte, essas comunidades mantêm seus jovens ocupados e longe das atividades ilícitas. Resultado? Baixos índices de criminalidade, paz e segurança que são verdadeiros tesouros para todos os que vivem ali.

Em Santa Catarina, a segurança não é apenas um direito, é um modo de vida em que a comunidade, forças de segurança e governo trabalham em conjunto para criar uma atmosfera de harmonia e segurança.