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Ministro diz que erraria questões do ENEM sobre o agro: “Porque conheço a realidade”
No último fim de semana, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023 foi palco de intensos debates e controvérsias. Este ano, sob a gestão do governo de Lula 3, a prova, realizada pelo Ministério da Educação (MEC) e elaborada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, trouxe questões que geraram divergências entre os estudantes e figuras políticas do setor agropecuário.
Entre as questões que mais chamaram atenção, a de número 70 do caderno branco alertou sobre o avanço da cultura de soja na Amazônia, responsabilizando grileiros, madeireiros e pecuaristas pelo desmatamento na região. O gabarito extraoficial divulgado pelo MEC indicou que a resposta correta apontava para a apropriação de terras devolutas por esses agentes.
Além disso, a pergunta 89 trouxe críticas à influência do agronegócio no Cerrado, apontando a subordinação do conhecimento local à lógica do setor, ressaltando a imposição de práticas biotecnológicas e a subordinação dos indivíduos à lógica do mercado capitalista.
As questões que envolviam críticas ao agronegócio geraram reações por parte de figuras influentes no setor. O Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, ao ser questionado sobre a controvérsia, ressaltou a importância do agronegócio para o desenvolvimento do país, expressando sua discordância em relação às respostas consideradas corretas pelo MEC. Ele afirmou que erraria as questões, já que as mesmas são frontalmente contra o seu conhecimento no cotidiano.
“Se eu tivesse feito a prova, tinha errado umas duas ou três questões porque conheço a realidade”, diz Ministro da Agricultura sobre o Enem.
Questionado por jornalistas, Carlos Fávaro afirmou que Inep “talvez aprenda no dia-a-dia” a realidade do agronegócio. pic.twitter.com/JKaulh38dw
— Metrópoles (@Metropoles) November 8, 2023
Organizações como a Associação De Olho No Material Escolar (DONME) emitiram notas oficiais manifestando preocupação quanto ao distanciamento da realidade do setor agrícola nos conteúdos educacionais, apontando a falta de bases científicas e fontes confiáveis em abordagens negativas sobre o agronegócio.
O deputado federal Nikolas Ferreira, por sua vez, anunciou medidas para obter explicações do ministro da Educação, Camilo Santana, sobre a elaboração das questões do Enem, afirmando a intenção de convocar Santana à Câmara para prestar esclarecimentos.
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