Plantas são capazes de “gritar” muito alto quando estão estressadas, sugere estudo

Considere um mundo onde as plantas pudessem se comunicar e compartilhar seus sentimentos, particularmente quando estão passando por situações estressantes. Pode parecer algo saído de um filme de ficção científica, mas um estudo recente descobriu que algumas plantas emitem “clics” ultrassônicos quando estão enfrentando estresses que podem colocar suas vidas em risco. Esses sons, que são inaudíveis aos ouvidos humanos, contêm informações sobre o estado atual da planta e têm o potencial de revolucionar a forma como entendemos o Reino Vegetal.

Anteriormente, tínhamos a crença de que as plantas eram seres quase totalmente silenciosos, mas um estudo recente disponibilizado no servidor de pré-impressão bioRxiv sugere que isso não é verdade. Conforme repercutiu a BBC em 2019, embora o estudo ainda não tenha passado pelo processo de revisão por pares nem tenha sido publicado em uma revista científica, ele representa uma valiosa contribuição para o nosso entendimento da evolução ecológica das plantas.

Mulher mastigando alface; planta.

Imagina só, a vida secreta das plantas sendo descoberta! Já sabíamos que elas mudavam de cor, cheiro e forma quando passavam por estresses, como mudanças de temperatura e ataques de herbívoros. Agora, os cientistas queriam saber se elas também soltavam a voz! Para isso, pesquisadores malucos da Universidade de Tel Aviv decidiram gravar tomates e tabacos em situações desconfortáveis, como sede e amputações. Eles colocaram microfones superpotentes para captar sons ultrassônicos entre 20 e 150 kHz. Será que as plantas vão lançar um álbum agora?

Bom, quanto ao novo lançamento musical não há informações, o que o estudo mostrou é que as plantas estressadas emitiam muito mais sons do que as plantas confortáveis do grupo controle. E não é só isso: os sons variavam dependendo da situação, fornecendo informações sobre a condição fisiológica da planta. E se você pensa que isso não é impressionante o suficiente, saiba que um modelo de aprendizado de máquina foi treinado para identificar o som das plantas em diferentes situações, até mesmo distinguindo o som das plantas do ruído de fundo.

Mas, ao contrário dos cantores, elas não precisam de cordas vocais para produzir sons. Os cientistas descobriram que esse talento musical das plantas é devido a um processo interno chamado cavitação. Durante esse processo, bolhas de ar se formam e explodem dentro do xilema da planta. Embora já se soubesse que a cavitação produz vibrações, agora foi comprovado que ela também é responsável pela emissão de som.

Curiosamente, tais sons têm um alcance de até 5 metros. Os cientistas sugerem que animais com audição aguçada, como ratos e mariposas, possam detectar e compreender esses sons.

A revelação proporciona um vasto campo de oportunidades para compreender como as plantas se relacionam com seu entorno, especialmente no campo da agricultura. A detecção dos sons emitidos pelas plantas pode orientar-nos sobre quando irrigá-las, permitindo-nos poupar recursos e ampliar a eficiência futura. Portanto, ao pensar que as plantas estão inativas e silenciosas, considere que elas podem estar se “comunicando” entre si e conosco através de uma linguagem ultrassônica própria.