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Ciência

Medicamento simula efeitos de exercício e faz ratos obesos queimarem calorias parados

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Saúde é uma coisa extremamente séria, porém poucos se dão conta disso. Estar em forma no peso ideal é uma realidade distante para muitos brasileiros. Isso porque 20% da população é obesa e mais de 55% está acima do peso. A grande verdade é que a melhor forma de se prevenir de doenças é mantendo seu corpo sempre em forma, e já deixou de ser mistério há séculos que a prática de exercícios físicos é a única maneira de se alcançar isso. Bom, pelo menos até agora.

Com a obesidade atingindo níveis preocupantes, a indústria farmacêutica está buscando soluções inovadoras. Financeiramente, é um grande negócio – quando o Ozempic se tornou o queridinho da perda de peso, a fabricante Novo Nordisk faturou US$ 8,5 bilhões e suas ações dispararam. Agora, outras gigantes farmacêuticas, como Eli Lilly e Pfizer, estão tentando entrar nessa onda.

Mas, aqui está o truque: o Ozempic, na verdade, é um medicamento para diabetes tipo 2 que tem o efeito colateral surpreendente de ajudar na perda de peso. Em essência, ele suprime o apetite através de uma versão sintética de um hormônio. Há uma ressalva: seu uso deve ser contínuo (ou você pode voltar a ganhar peso) e existe alguma incerteza sobre uma possível correlação com câncer de tireoide após uso prolongado.

Essas desvantagens estão impulsionando novas abordagens. Um grupo de cientistas, por exemplo, experimentou um novo composto chamado SLU-PP-332, que basicamente “enganou” os músculos de ratos, fazendo-os pensar que estavam se exercitando. Isso estimulou o metabolismo dos roedores, levando-os a perder peso sem levantar uma pata.

Baixo índice de gordura corporal, propensão genética e a prática constante de exercícios são alguns dos três fatores que podem ajudar no surgimento das veias.

Publicado no último mês no Journal of Pharmacology and Experimental Therapeutics, o estudo envolveu ratos obesos que receberam o medicamento. Os resultados surpreenderam: o SLU-PP-332 fez com que seus metabolismos preferissem queimar gordura logo de cara, resultando em perda de peso. Esta nova droga pertence à classe dos “imitadores de exercícios”, que oferecem alguns dos benefícios da atividade física sem a necessidade do esforço real. No entanto, é importante ressaltar que ainda está em estágio inicial de desenvolvimento e só foi testada em animais, ainda não tendo aprovação para uso em humanos.

Enquanto o Ozempic age com uma dose de semaglutida, simulando os efeitos do hormônio GLP-1 para criar sensação de saciedade, o SLU-PP-332 tem um mecanismo diferente. Ele estimula um grupo de proteínas que controla o metabolismo dos tecidos consumidores de energia, fazendo com que o músculo aja como se estivesse sendo exercitado. Essas proteínas geralmente são mais ativas durante o exercício físico real, tornando a ativação delas por meio de medicamentos uma tarefa desafiadora para os cientistas.

Por ter um nível de gordura baixíssimo no corpo, Gracyanne Barbosa tem veias saltadas.

No entanto, os pesquisadores do Missouri (EUA) relataram sucesso com o SLU-PP-332, marcando um promissor período de testes. Durante um estudo recente, ratos obesos tratados com a droga ganharam 10 vezes menos gordura do que seus colegas não tratados e perderam 12% do peso corporal. O composto também aumentou a resistência dos camundongos com peso normal em até 70%.

O próximo passo? Refinar a estrutura do medicamento para que possa ser administrado como comprimido e testá-lo em outros animais antes de humanos. No entanto, vale destacar que esta droga não pode replicar todos os benefícios do exercício físico, como fortalecimento dos ossos, melhora na qualidade do sono e redução do estresse. Para isso, ainda é melhor calçar os tênis de corrida e dar uma voltinha.

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