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Astronomia

Anã branca acabou ficando com uma “cicatriz metálica” depois de comer planeta; entenda

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Olhando através do telescópio VLT (Very Large Telescope) no deserto do Chile, uma equipe de cientistas da University College de Londres fez uma descoberta estelar de arrepiar os cabelos. Eles encontraram uma estrela anã branca com um toque peculiar: uma cicatriz metálica na sua superfície. Mas, o que exatamente são essas misteriosas anãs brancas?

Bem, essas estrelas são meio como aposentadas do universo, no estágio final de sua vida, quando já esgotaram todo o seu combustível nuclear.

Imagine uma estrela que já queimou todo o seu hidrogênio, está quase esgotada, e não tem massa suficiente para explodir em uma supernova (o que acontece com apenas 10% das estrelas). Essa estrela se transforma em uma gigante vermelha, uma estrela que é grande em volume, mas não tão brilhante. Depois, essa gigante vermelha também se encolhe, transformando-se em uma nuvem difusa chamada de nebulosa planetária. O que sobra, o núcleo compacto e frio, é o que chamamos de anã branca.

Essas anãs brancas são realmente densas. Apesar de terem uma massa similar à do Sol, são do tamanho da Terra. Seus núcleos são compostos principalmente de carbono e oxigênio, e o nome “branca” vem da cor mais esbranquiçada que elas emitem quando vistas isoladamente. E enquanto passam por todas essas mudanças, elas podem até mesmo “comer” outros corpos celestes próximos, um processo chamado de acreção.

A descoberta dessa estrela peculiar, chamada de WD 0816-310, foi publicada no The Astrophysical Journal Letters na última segunda-feira (26). Ela está a cerca de 63 anos-luz da Terra e possui pedaços metálicos de um planeta ou asteroide em sua superfície. Stefano Bagnulo, um dos astrônomos envolvidos no estudo, explicou que o campo magnético da estrela desempenha um papel fundamental nesse processo, deixando uma cicatriz na sua superfície.

Usando uma ferramenta chamada FORS2 do VLT, os pesquisadores puderam investigar como essa estrela adquiriu sua cicatriz metálica. Eles descobriram que o metal foi atraído para a estrela devido à força de seu campo gravitacional, algo semelhante ao que acontece durante a formação das auroras boreais aqui na Terra. E essa cicatriz não está uniformemente distribuída, sugerindo a influência do campo magnético da estrela.

Para os cientistas, esse exemplo mostra a atividade intensa dos corpos celestes no espaço, mesmo após o fim de sua “vida útil”. É uma lembrança de que o cosmos está sempre em movimento, com surpresas esperando para serem descobertas em cada canto do Universo.

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