Connect with us

Aconteceu

Movimento woke progressista começou a entrar em declínio nos EUA, sugerem pesquisas

Published

on

Nos últimos anos, mesmo quem nunca foi interessado em política, preferindo manter suas opiniões e convicções sob o prisma conservador, percebeu que ideologias infestaram a cultura em geral de uma forma bem agressiva. Seja nos filmes, novelas, séries ou até mesmo ao comprar comida, você vê que existe alguma pauta progressista.

Grandes empresas de mídia no entretenimento e até mesmo quem vende comida arrumou um jeito de colocar política (e de esquerda) no meio da história. Ao mesmo tempo, conservadores engajados com política se viram obrigados a reagir denunciando a investida, muitas vezes nada sutil, do outro lado. Isso tudo foi a pontinha do iceberg do que se pode chamar de guerra cultural, que acontece há muitos anos.

Tirinha traduzida em português, do cartunista Stonetoss: funcionário do setor de marketing da marca de fast food apresenta nova campanha publicitária, e diretor questiona como a campanha poderia vender mais hambúrgueres.

O governador da ensolarada Flórida, Ron DeSantis, aspirante à nomeação do Partido Republicano para a corrida presidencial do próximo ano, gosta de se colocar como alguém que lidera um estado onde a “cultura woke” parece ter seus dias contados. Mas o que exatamente é essa cultura “woke”? Bem, é uma referência atual ao famoso politicamente correto. No entanto, parece que essa onda pode estar perdendo força.

Conforme repercutiu o jornal Folha de São Paulo, Musa al-Gharbi, um sociólogo da Universidade Columbia, em Nova York, argumenta que a cultura “woke” está enfraquecendo, e ele tem uma série de dados interessantes para apoiar sua afirmação. Al-Gharbi, que lançará um livro intitulado “Nunca Fomos ‘Woke'” ainda este ano, reuniu evidências que, embora isoladamente possam parecer anedóticas, quando combinadas, apontam para uma mudança de cenário.

Movimento woke progressista começou a entrar em declínio nos EUA, sugerem pesquisas.

Uma análise de plataformas acadêmicas revela que o número de pesquisas sobre discriminação racial e de gênero está em declínio, algo que não ocorria há mais de duas décadas. Além disso, a Foundation for Individual Rights and Expression (Fire), que defende a liberdade de expressão nas universidades americanas, identificou uma queda nos ataques a professores por motivos ideológicos e casos de cancelamento no ano passado.

Outro indicativo dessa mudança de clima vem da análise da frequência de palavras relacionadas a temas políticos e de identidade no jornal The New York Times desde a década de 1970. Após um pico nos anos 2010, palavras como raça, racismo, sexismo e outras passaram a ser menos usadas.

Mudanças também podem ser vistas em empresas e organizações. Elon Musk, ao reativar as contas de Donald Trump e outras figuras no X, ex-Twitter, conquistou simpatia da direita. Por outro lado, a Netflix não cedeu às pressões de seus funcionários para cancelar o show de comédia de Dave Chappelle, marcando uma mudança em relação ao passado.

À medida que os republicanos pressionam sobre essas questões, algumas instituições estão recuando taticamente. A Disney, por exemplo, protestou contra as políticas de gênero do governador DeSantis, mas o novo CEO da empresa expressou o desejo de acalmar as tensões.

Nikolas Ferreira comemora parecer da PGR de que não houve crime em uso de peruca na Câmara.

Por fim, parece que até mesmo entre os conservadores, a importância da cultura “woke” para os eleitores pode ter sido superestimada. Uma pesquisa do New York Times realizada em julho mostra que 65% dos republicanos preferem um candidato com foco na “lei e ordem”, em comparação com apenas 24% que valorizam alguém que combata a “ideologia woke”. Ron DeSantis, que apostou na cultura “woke” como plataforma, está atualmente com 17% das intenções de voto nas primárias, enquanto Donald Trump lidera com 54%.

A cultura “woke” pode estar passando por uma transformação, à medida que as evidências sugerem um declínio nas discussões sobre questões de identidade e políticas de gênero. O que isso significa para o futuro da política e da sociedade é uma incógnita, mas uma coisa é certa: o cenário está mudando e os eleitores, especialmente os jovens de 15 a 25 anos, estão atentos a essa evolução.

Advertisement
Advertisement
Advertisement

Mais Acessados