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Arábia Saudita cria seu 1º robô humanoide mulher: “Não opina sobre política e nem sexo”
No universo tecnológico da Arábia Saudita, Sara, o primeiro robô humanóide feminino do país, está quebrando barreiras sem entrar em assuntos delicados. Em entrevista concedida ao Business Insider, Elie Metri, CEO da QSS AI & Robots, empresa sediada em Riade, expressou a abordagem cuidadosa de Sara em relação a temas como política e sexo.
“Sara, consciente de sua identidade feminina, com 25 anos de ‘idade robótica’ e uma altura de 1,62m, mantém-se fiel às tradições sauditas”, explicou Metri. “Ela evita tópicos sensíveis como política e sexualidade, refletindo a sensibilidade cultural da Arábia Saudita.”
Vestindo uma abaya tradicional, um manto típico, Sara se destaca como o primeiro robô humanóide desenvolvido e produzido localmente, possivelmente em todo o Oriente Médio. Além de sua aparência distintamente saudita, ela é bilíngue, fluente em árabe e inglês, graças a um modelo de aprendizagem de idiomas desenvolvido internamente pela QSS AI & Robots.
Metri destacou a independência tecnológica da empresa, mencionando que Sara não depende de bibliotecas externas, nem mesmo do ChatGPT. Isso marca um avanço significativo na inovação tecnológica da região.
Apesar das tradições conservadoras da Arábia Saudita, houve esforços para modernizar a sociedade, incluindo mudanças nos códigos de vestimenta e permissão para que as mulheres dirijam. No entanto, temas como ativismo político e discussões sobre sexualidade ainda são tabus, com casos de punição severa para quem desafia essas normas.
Saudi Arabia unveils its man shaped AI robot Mohammad, reacts to reporter in its first appearance pic.twitter.com/1ktlUlGBs1
— Megh Updates 🚨™ (@MeghUpdates) March 6, 2024
Sara tem sido uma atração em várias exposições de tecnologia, demonstrando os avanços do país em robótica e inteligência artificial. No entanto, um incidente recente envolvendo outro robô humanóide da empresa, Muhammad, gerou controvérsia sobre comportamentos inadequados por parte dos bots.
Após um vídeo viralizar mostrando Muhammad aparentemente tocando uma repórter da Al Arabiya, surgiram debates sobre limites e interações apropriadas. Metri, no entanto, minimizou o incidente, argumentando que o toque leve foi mal interpretado e que a cultura local não o considerou como agressão sexual.
Apesar do frenesi nas redes sociais, Metri permanece confiante de que esses incidentes não mancham a reputação da tecnologia local. “O estranho é que, mesmo na Arábia Saudita, ninguém interpretou isso negativamente porque sabiam que se tratava de um robô”, concluiu ele.
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