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Brasil chega a quase 2 milhões de casos de dengue e já vive maior epidemia da história

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Em 2024, já é possível afirmar que o Brasil enfrenta uma grave crise de saúde pública, com o registro do maior número de casos de dengue já notificados em sua história. De acordo com os dados divulgados pelo Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde, o país ultrapassou o recorde anterior, estabelecido em 2015, ao contabilizar impressionantes 1.899.206 casos da doença.

O caso ganhou repercussão em uma reportagem do jornal Estadão, que destacou que este número alarmante representa um aumento significativo em relação aos 1.688.688 casos confirmados durante o pico da epidemia em 2015.

O monitoramento da situação da dengue remonta ao ano 2000, e os especialistas já observavam indícios preocupantes desde 2023, quando o país registrou 1.658.816 casos da doença. No entanto, é crucial ressaltar que os dados deste ano são preliminares e tendem a aumentar, uma vez que há um atraso nas notificações por parte dos Estados e municípios. A última atualização ocorreu nesta segunda-feira, por volta de 15 horas.

Os especialistas apontam diversos fatores que contribuem para esse cenário alarmante. Entre eles, destaca-se a ineficácia das medidas de controle do mosquito Aedes Aegypti, vetor da doença. Embora a conscientização sobre a eliminação de criadouros seja uma ação clássica, a maioria desses criadouros ainda é encontrada dentro das residências. Além disso, o uso de repelentes e inseticidas também é recomendado, porém, não tem sido o suficiente para conter a propagação do mosquito.

Outro aspecto preocupante é a influência do fenômeno El Niño e das mudanças climáticas, que têm resultado em temperaturas elevadas e chuvas irregulares. Essas condições climáticas são ideais para a reprodução do mosquito e, consequentemente, para a disseminação da doença. Um estudo recente liderado por pesquisadores do Observatório de Clima e Saúde da Fiocruz, publicado na revista científica Scientific Reports, reforça essa associação, destacando o papel das anomalias térmicas positivas (ondas de calor) no aumento das taxas de incidência da dengue.

Vale destacar que já já vacinação para dengue, mas ela não está sendo aplicada de forma satisfatória. A ministra da Saúde do governo Lula, Nísia Trindade, já confessou que a vacinação em massa contra a dengue não será possível.

Além disso, os especialistas alertam para o fato de que os quatro sorotipos da dengue estão circulando simultaneamente, algo que não ocorria há anos. Observa-se também uma interiorização da doença, com cidades pequenas e médias contribuindo para o aumento da curva de casos.

Diante desse cenário preocupante, é fundamental que a população esteja ciente dos principais sintomas da dengue. Segundo Julio Croda, pesquisador da Fiocruz, a doença costuma envolver febre alta, acima de 39ºC, acompanhada de dores de cabeça, dor atrás dos olhos, dores musculares, dores articulares e prostração. Caso esses sintomas se manifestem, é crucial procurar imediatamente um serviço de saúde. É importante evitar a automedicação, pois alguns medicamentos podem agravar o quadro clínico do paciente.

Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue e da febre amarela urbana.

Um aspecto especialmente cruel da dengue é que as complicações frequentemente ocorrem quando a situação parece estar sob controle. Entre o terceiro e o sétimo dia da doença, é comum uma eventual piora, caracterizada pelo extravasamento de plasma dos vasos sanguíneos ou por hemorragias. Sintomas como dores abdominais intensas e contínuas, vômitos persistentes, letargia, inchaço do fígado e sangramentos devem ser levados a sério e requerem atenção médica imediata.

No que diz respeito à prevenção, a eliminação de criadouros de mosquitos continua sendo uma das melhores estratégias. Além disso, o uso de repelentes, mosquiteiros e roupas claras pode ajudar a reduzir o risco de picadas. A vacinação também desempenha um papel crucial na prevenção da dengue. A Qdenga, desenvolvida pela farmacêutica japonesa Takeda, foi aprovada pela Anvisa em março de 2023 e tornou-se o primeiro imunizante de uso amplo contra a doença disponível no país. Inicialmente, a vacina está sendo oferecida a crianças e adolescentes de 10 a 14 anos em municípios selecionados pelo Ministério da Saúde. Entretanto, devido ao número limitado de doses, a vacinação ainda não está disponível para toda a população.

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