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Leite de saquinho volta ao mercado com apelo ambiental e preço menor; veja detalhes

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Até meados da década de 90, os saquinhos de leite eram uma presença comum nas geladeiras brasileiras. No entanto, com o advento das embalagens cartonadas, conhecidas como longa vida, o formato saquinho foi gradualmente relegado ao passado. Agora, de acordo com informações do jornal Estadão, essa tradição está ressurgindo lentamente, encontrando espaço em supermercados de classe “A” em São Paulo, como Mambo e Zaffari, que novamente oferecem leite refrigerado em embalagens de 1 litro.

A Leitíssimo, do Grupo Leite Verde, inovou ao lançar um leite em saquinho que dispensa refrigeração, utilizando o processo UHT (Ultra High Temperature), o que significa que não requer refrigeração e possui uma validade estendida de até dez dias.

Segundo Roberto Jank Júnior, vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), essa nova geração de leite de saquinho é diferente dos seus antecessores, sendo agora classificado apenas como leite pasteurizado, natural e sem aditivos.

Essa mudança é atribuída às melhorias na cadeia de produção e logística, garantindo maior qualidade e durabilidade ao produto. Apesar da praticidade das garrafas plásticas, o retorno ao saquinho é motivado principalmente pelo preço e sustentabilidade. Enquanto o custo do leite em saquinho é significativamente menor para os produtores, em torno de R$ 0,04 por saquinho em comparação com quase R$ 1 por garrafa plástica, os consumidores também se beneficiam da redução do desperdício de plástico.

Craig Bell, gerente na Leitíssimo, destaca que a embalagem em sachê utiliza 75% menos plástico que a garrafa, o que resulta em menor geração de lixo e custo reduzido. Esse movimento de volta ao saquinho não é exclusivo do Brasil, sendo observado também em países europeus e nos Estados Unidos desde 2010.

A sustentabilidade é um dos principais impulsionadores desse retorno, como evidenciado por um estudo da Universidade de Dalhousie, no Canadá, que comparou a pegada de carbono e o consumo de recursos hídricos entre embalagens de leite. Os saquinhos de leite mostraram-se mais eficientes, requerendo menos energia e água em sua produção e gerando menos gases de efeito estufa do que as garrafas plásticas e embalagens cartonadas.

Pequenos produtores de leite também estão se beneficiando desse ressurgimento, expandindo sua base de clientes e alcançando novos pontos de venda. A Leites Jamava, por exemplo, viu sua produção em saquinhos crescer de 5 mil para 25 mil unidades por dia em cinco anos. Além disso, cooperativas como a Coapar estão aproveitando a demanda crescente pelo leite em saquinho para expandir seus negócios, alcançando até mesmo consumidores na capital paulista.

O Instituto Baru, especializado em produtos orgânicos, é um dos pontos de venda que testemunhou um aumento nas vendas de leite em saquinho, destacando a qualidade do produto e seu apelo ambiental como principais atrativos. O retorno do leite em saquinho também impulsionou as vendas de jarrinhas para servir o leite de forma prática e elegante.

O ressurgimento do leite em saquinho representa não apenas uma nostalgia do passado, mas também uma resposta às preocupações contemporâneas com a sustentabilidade e o desperdício de plástico, mostrando que antigos hábitos podem se adaptar às demandas do presente.

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