Ciência
Estudo comprovou que jogar games violentos não deixa crianças agressivas na vida real
Diferente do que muitos ainda acreditam, jogar videogames violentos, tais como GTA e Call of Duty não deixa as crianças mais agressivas. A conclusão vem de um estudo publicado em julho de 2020, no jornal científico britânico ‘Royal Society Open Science’.
Foi conduzida uma meta-análise por pesquisadores de três universidades diferentes: a Universidade de Massey, localizada na Nova Zelândia, a Universidade da Tasmânia, também na Oceania, e a Universidade de Stetson, situada nos Estados Unidos. No total, 28 estudos foram analisados, que incluíram um total de 21 mil crianças e adolescentes. O objetivo da pesquisa foi medir o impacto dos jogos violentos tanto a curto quanto a longo prazo.
“Os estudos não apontam relações claras entre o conteúdo violento dos jogos e a agressividade durante a infância e a adolescência”, dizem os pesquisadores no artigo.
Ainda conforme os pesquisadores, as correlações previamente estabelecidas entre o conteúdo violento dos jogos e a agressividade podem ser explicadas muito mais por falhas metodológicas e pelo viés dos pesquisadores em relação aos resultados desejados, do que por efeitos reais no mundo real.
Em outras palavras, os pesquisadores questionaram a validade dessas correlações e sugeriram que as conclusões anteriores podem ter sido influenciadas por limitações na forma como os estudos foram conduzidos e interpretados.
Eles argumentam que possíveis fraquezas metodológicas incluem a falta de consideração de outros fatores, como o gênero, que já se sabe ter um impacto na probabilidade de cometer atos violentos.
De acordo com Chris Ferguson, professor de psicologia da Universidade Stetson, “estudos de baixa qualidade” no passado podem ter exagerado o impacto dos jogos na agressão, enquanto estudos mais bem feitos mostram que os efeitos dos jogos são “desprezíveis”. Apesar de quase quatro décadas de pesquisa sobre a ligação entre jogos e violência, ainda não há um consenso sobre o assunto.
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No entanto, isso não significa que qualquer tipo de jogo deva ser liberado para crianças. Assim como filmes e séries, os jogos têm classificações etárias que indicam a presença de conteúdo inadequado para certas faixas etárias, e essas recomendações devem ser respeitadas.
É importante que os pais saibam o que seus filhos estão jogando e conversem com eles sobre o conteúdo antes de proibi-los. Como afirma Regina Assis, doutora em Educação pela Universidade de Harvard, “as crianças e jovens estão em um período de formação de conhecimentos e valores que é sensível e exige responsabilidade”.
O estudo contraria falas de políticos recentemente eleitos no Brasil, que elevaram o grau do discurso contra jogos de videogame. Em meio aos ataques recentes que ocorreram em escolas, políticos como Zé Trovão e Lula, tentam buscar culpados pelos acontecimentos.
O deputado Zé Trovão (PL) solicitou ao governo Lula a suspensão temporária, por 30 dias, de jogos eletrônicos que supostamente incitam comportamentos violentos no Brasil. A sugestão de suspensão se deu após o ataque à creche de Blumenau, SC, na semana anterior, que levantou suspeitas de que o autor do ataque teria jogado videogame.
Nesta terça (18), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) associou, sem apresentar provas, videogames a violência nas escolas.
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A declaração do presidente provocou reações e críticas de influenciadores como Felipe Neto; outros nomes famosos que apoiaram a eleição de Lula como Alanzoka e Casimiro, até o momento da publicação desta reportagem, não se manifestaram.
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