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Polvos se torturam comendo a si mesmos após acasalamento e motivo finalmente é revelado

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Muitas espécies de animais cometem suicídio após a reprodução, só que para as mamães polvo, esse acontecimento é alarmante. Pouca gente sabe, mas essa espécie também se dedica à autodestruição. Quando seus ovos estão prestes a eclodir, a maioria das espécies de polvo cessa a alimentação. E é então que a despedida desse mundo cruel começa: eles se batem contra pedras arrancando a própria pele ou até mesmo devoram partes de seus próprios membros, enquanto mantêm seus filhotes em um amontoado protetor.

Só que como todo curioso leitor da Curiozone você certamente deve estar perguntando o porquê disso tudo, e a boa notícia é que a ciência finalmente descobriu.

Polvos se torturam comendo a si mesmos após acasalamento e motivo finalmente é revelado.

O motivo dos polvos decidirem fazer com que seus filhotes se tornem órfãos dessa forma, foi descoberto por uma equipe de pesquisadores recentemente.

De acordo com informações do site Live Science, os cientistas identificaram os componentes químicos que parecem estar por trás desse frenesi fatal. Após colocar ovos, o corpo dos polvos sofre mudanças na produção e uso do colesterol, o que aumenta a produção de hormônios esteroides – uma mudança bioquímica que leva à morte.

Z. Yan Wang, professora assistente de psicologia e biologia da Universidade de Washington, explicou que essas mudanças podem ter implicações mais amplas para a longevidade de invertebrados, sugerindo processos biológicos que ainda não foram completamente compreendidos.


Os polvos se torturam e comem a si mesmos após o acasalamento. A ciência finalmente sabe o porquê.

Wang, durante seus estudos de graduação, desenvolveu um interesse pela reprodução feminina que manteve ao ingressar na pós-graduação em ciências. Um fato que chamou sua atenção foi a morte dramática de mães polvos após a desova, um comportamento ainda sem uma explicação definitiva.

Existem algumas teorias, como a ideia de que a sessão harakiri afasta os predadores dos ovos ou de que o corpo da mãe libera nutrientes na água para nutrir os ovos. Segundo Wang, é muito provável que essa morte proteja a geração mais nova de polvos, já que são canibais e podem acabar comendo uns aos outros se ficarem juntos por muito tempo.

Mas ninguém sabia o que a glândula óptica estava fazendo para controlar essa cascata de automutilação.

“Desde o início, eu estava realmente interessada em fazer os experimentos que descrevemos no artigo que acabamos de publicar, que é essencialmente extrair o suco da glândula óptica e depois identificar os componentes desse suco”, disse Wang.

Wang e seus colegas decidiram fuçar nas glândulas ópticas de polvos engravidadas da espécie Octopus bimaculoides, na Califórnia. Esses bichinhos são conhecidos por produzirem uma quantidade enorme de hormônios esteróides logo após botarem seus ovos. Em 2018, uma análise genética já tinha mostrado essa peculiaridade, e agora os cientistas queriam descobrir mais. O desafio era encontrar os esteróides e outros produtos químicos produzidos pelas glândulas ópticas desses polvos. Mas com muita paciência e um microscópio potente, eles conseguiram dar uma boa olhada nessa região dos bichos e coletar algumas amostras.

Imagem da mamãe polvo chocando seus ovos.

Conforme relata a reportagem do Live Science, os cientistas ficaram enlouquecidos ao descobrir que as mães polvo, assim como as humanas, também produzem hormônios malucos durante a gestação. Um aumento de pregnenolona e progesterona foi a primeira mudança química que eles encontraram. Esses hormônios são super importantes para o processo reprodutivo de várias criaturas, incluindo nós, humanos.

Na verdade, a progesterona é tão poderosa que ela pode até fazer com que algumas mulheres sintam vontade de comer um balde de sorvete de uma só vez.

Mas a coisa ficou ainda mais bizarra quando os cientistas descobriram que as mães polvo também produzem altos níveis de um tal de 7-desidrocolesterol. O nome já assusta, e por um bom motivo: em humanos, esse composto é tóxico e pode causar todo tipo de problema, desde problemas comportamentais até fenda palatina. Mas, pelo menos por enquanto, os polvos parecem estar lidando bem com essa bizarrice química.

Polvo.

Agora, talvez os cientistas devam parar de procurar a cura para a Síndrome de Smith-Lemli-Opitz e comecem a investigar como os polvos conseguem sobreviver com tanta maluquice em seus sistemas.

Por fim, para completar a “mistureba química”, as glândulas ópticas dos polvos também começaram a produzir mais elementos para os ácidos biliares, aquelas substâncias produzidas pelo fígado em humanos e outros bichos. Claro que, como tudo na vida, os polvos têm seus próprios tipos de ácidos biliares, mas parece que os blocos de construção desses ácidos são os mesmos que os nossos.

“Isso sugere que é uma nova classe de moléculas de sinalização no polvo”, disse Wang.

Wang e seus amigos fizeram um estudo interessante sobre os polvos. Eles descobriram que as glândulas ópticas dessas criaturas produzem componentes para ácidos biliares, que podem ser importantes para controlar a vida útil de certas espécies de invertebrados. É como se o ácido biliar fosse a chave para o segredo da vida eterna dos vermes! Mas estudar polvos é um desafio, porque eles precisam de muito espaço e condições especiais.

No entanto, os pesquisadores descobriram uma maneira de manter um tipo de polvo vivo e reproduzindo em laboratório – os polvos listrados do Pacífico. Eles são ótimos para estudar porque não se autodestroem quando seus ovos estão prestes a nascer.

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