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Astronomia

Astrônomos dizem que asteróides ‘assassinos de planetas’ estão escondidos sob o brilho do Sol

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Na manhã de 15 de fevereiro de 2013, um meteoro do tamanho de um caminhão semi-reboque disparou na direção do sol nascente e explodiu em uma bola de fogo sobre a cidade de Chelyabinsk, na Rússia. Brilhando mais forte do que um show pirotécnico, o meteoro detonou com 30 vezes mais energia do que a bomba que destruiu Hiroshima, a cerca de 14 milhas (22 quilômetros) acima do chão. E o que aconteceu depois disso? Janelas quebradas, pedestres temporariamente cegos, queimaduras ultravioletas instantâneas… ufa, foi um espetáculo!

Conforme aponta uma reportagem do LiveScience, o meteoro de Chelyabinsk se tornou a estrela (literalmente) do maior espetáculo natural a entrar na atmosfera da Terra em mais de 100 anos. Surpreendentemente, nenhum observatório na Terra viu esse “convidado especial” chegando. Como assim? Bem, ele veio da direção do sol, permanecendo escondido no maior ponto cego cósmico até ser tarde demais. Parece até trama de filme, né?

Asteróides ‘assassinos de planetas’ estão escondidos sob o brilho do Sol; podemos detê-los a tempo?

Mas, calma lá! Apesar de toda essa história de explosões e janelas estilhaçadas, eventos cósmicos assim são como unicórnios – raros. Rochas do tamanho do meteoro de Chelyabinsk só decidem fazer uma visita à atmosfera da Terra a cada 50 a 100 anos, segundo nossos amigos da Agência Espacial Europeia (ESA). E asteróides maiores são ainda mais tímidos. Até agora, astrônomos mapearam as órbitas de mais de 33.000 asteroides próximos à Terra e disseram: relaxa, galera, nenhum deles vai trombar conosco pelo menos nos próximos cem anos.

Mas, é claro, tem um porém: não dá pra calcular o risco do que não conseguimos ver. E há um monte de asteroides fazendo esconde-esconde por aí, alguns até grandes o suficiente para transformar uma cidade em confete. Os astrônomos estão mais preocupados do que chefes de cozinha no MasterChef!

Este é o diagrama da nave espacial NEOMIR, projetada pela ESA, orbitando entre a Terra e o Sol. Em parceria com o NEO Surveyor da NASA, ela vai explorar asteroides que ficam camuflados pelo brilho solar e que passam despercebidos pelos telescópios terrestres.

Acontece que o Sol, nosso astro-rei, é tipo o melhor esconderijo de todos. Constantemente, ele esconde uma galerinha chamada asteroides Apollo, que passa a maior parte do tempo longe pra caramba, mas, de vez em quando, resolve dar uma espiadinha na Terra. E tem também uns asteroides chamados Atens, que são como vizinhos inconvenientes – eles ficam quase o tempo todo dentro da órbita da Terra, sempre do lado iluminado. “Atens são os mais perigosos, porque cruzam a órbita da Terra só na pontinha mais distante”, diz Scott Sheppard, um expert em astro-coisas. Tradução: a gente nunca veria um vindo, porque eles estão sempre fazendo social no lado claro do céu. Espertos, né?

A parte mais doida disso tudo é que, enquanto a maioria desses asteroides é pequena e queima feito rojão na nossa atmosfera, tem uns grandalhões, tipo os que têm mais de 460 pés (140 metros) de diâmetro, que podem sobreviver à queda e causar um estrago local. Chamamos esses grandões de “destruidores de cidades”. E sabe quanto desses destruidores encontramos até agora? Só uns 40%. Isso mesmo, tem mais de 14.000 esperando sua vez de aparecer.

Quão comuns são os impactos de asteróides? Depende do tamanho.

E olha só essa: também pode ter uns planetoides grandalhões (tipo, de extinção global) dando sopa por aí. Em 2022, nossos amigos descobriram um desses planetoides escondido atrás do Sol. A história toda parece um roteiro de filme de ficção científica, não é?

A solução para essa gincana cósmica é ter um olhar afiado. Só que tem um probleminha: telescópios na Terra têm dificuldade em enxergar além do brilho do Sol. Então, para a alegria da humanidade, vêm aí duas superespaçonaves: o NEO Surveyor da NASA e o NEOMIR da ESA. Ambos vêm com detectores infravermelhos e sombras solares altas, capazes de farejar asteroides que estão quase dando tchauzinho para o Sol.

Com essas naves, mesmo um meteoro do tamanho do de Chelyabinsk será detectado muito antes do grand finale. E aí, a população vai ter tempo suficiente para preparar a pipoca e se mandar para um lugar seguro. Porque, afinal, “exterminadores de planetas” requerem anos de planejamento para uma escapadinha segura, mas também são os mais fáceis de serem pegos no flagra.

Por enquanto, continuamos dependendo dos telescópios da Terra para desvendar os mistérios do Sol. Mas a boa notícia é que os riscos de um impacto catastrófico são tão baixos quanto as chances de um unicórnio aparecer na sua rua. “Olhe para cima”, diz Amy Mainzer, a caçadora de asteroides da NASA. “Faça uma pesquisa melhor, e você pode acabar com essa incerteza toda”. Então, já sabe, meu caro leitor: olhos no céu, porque nunca se sabe quando um desses viajantes cósmicos decidirá dar um oi aqui na Terra.

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