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Morre Ziraldo, cartunista criador de ‘O Menino Maluquinho’, aos 91 anos no Rio de Janeiro

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Neste sábado, o Brasil perdeu uma figura marcante da cultura e do humor. Ziraldo Alves Pinto, conhecido como o criador de “O Menino Maluquinho”, faleceu aos 91 anos. Ziraldo morreu, segundo familiares, de maneira tranquila, dormindo em seu apartamento no bairro da Lagoa, Zona Sul do Rio de Janeiro, às 14h30 deste sábado (06).

Segundo sua filha, Daniela Thomas, o artista enfrentou uma falência múltipla de órgãos, porém, a nota oficial da assessoria de Ziraldo menciona causas naturais. “Ele simplesmente parou de respirar. Já eram seis anos acamado, e começou ultimamente a ficar com muita fraqueza, ter muita febre”, lamentou Daniela.

O velório de Ziraldo será aberto ao público e ocorrerá na Associação Brasileira de Imprensa, ABI, a partir das 10h de amanhã. O enterro está programado para acontecer no cemitério São João Batista, às 16h30.

A saúde de Ziraldo já havia sido delicada nos últimos anos. Ele sofreu um AVC em 2018, ficando em estado grave por um mês, mas conseguindo se recuperar. Contudo, em 2019, teve que enfrentar a disseminação de uma falsa notícia sobre sua morte. Além disso, em 2013, durante uma estadia na Alemanha, enfrentou um infarto leve.

Nascido em Caratinga (MG) em 24 de outubro de 1932, Ziraldo iniciou sua carreira em 1954, na “Folha da Manhã” (atual Folha de São Paulo), com uma coluna de humor. Graduou-se em Direito pela Faculdade de Direito de Minas Gerais em 1957. Em 1958, casou-se com Vilma Gontijo, com quem teve três filhos.

Ganhando destaque nacional com suas obras na revista O Cruzeiro e no Jornal do Brasil, Ziraldo lançou em 1960 a revista em quadrinhos “Turma do Pererê”, a primeira história em quadrinhos a cores produzida no Brasil e também o primeiro gibi brasileiro feito por um só autor. Apesar de ter sido cancelada durante a ditadura militar, a história retornou nos anos 70.

Em 1980, deu vida ao seu mais famoso personagem, “O Menino Maluquinho”, que se tornou um fenômeno cultural. Com mais de 200 livros publicados, Ziraldo deixou um legado literário marcante, com obras como “Uma Professora Muito Maluquinha”, “Menina Nina”, “O Bichinho da Maçã” e “O Planeta Lilás.”

Além de sua carreira artística, Ziraldo teve uma atuação política significativa, sendo um dos fundadores do “O Pasquim”, veículo de oposição ao regime militar. Por suas atividades políticas, foi preso e levado para o Forte de Copacabana um dia após a promulgação do AI-5.

Mesmo com sua saúde fragilizada nos últimos anos, Ziraldo manteve-se ativo e engajado. Em 2005, filiou-se ao então recém-criado Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e desenhou o logo da agremiação.

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