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Quantidade de gêmeos nascendo é a maior da história, diz estudo

O que fez aumentar em 42% o total de gêmeos foi o aumento do uso de técnicas de reprodução assistida e adiamento da gravidez.

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Nunca houve tantos irmãos gêmeos no mundo como agora. Uma pesquisa publicada este mês no periódico Human Reproduction que chegou a essa conclusão.

A taxa global do nascimento de gêmeos aumentou em quase um terço, desde a década de 1980 até agora. Agora são 12 partos em cada mil, contra 9 em cada mil, que aconteciam no período de 1980-1985, o que representa cerca de 1,6 milhão de pares de gêmeos que nascem a cada ano, um aumento de 42% em relação aos 1,1 milhão nascimentos no começo da década de 80. A base usada para calcular esses números foram de dados de 165 países entre 1980 e 2015, compilados por pesquisadores da Universidade de Oxford, que fica na Inglaterra.

Os influencers mirins, gêmeos João e André de 9 anos.

A equipe do estudo relata que há um conjunto de fatores que explicam o aumento, sendo que o principal deles é um crescimento no emprego de técnicas como a fertilização in vitro, por exemplo.

Pra quem não sabe, nesse procedimento, os óvulos são fertilizados em laboratório e depois introduzidos no útero da mulher, onde o embrião poderá se desenvolver. E dependendo do caso, ainda é comum que mais de um óvulo seja usado para aumentar as chances de sucesso no procedimento, o que acaba também favorecendo o surgimento de gêmeos.

Um bom indício disso é que praticamente todo aumento no nascimento de gêmeos visto pelo mundo corresponde só aos gêmeos fraternos (aqueles que são chamados também de dizigóticos ou bivitelinos), irmãos que se originam de óvulos diferentes, fertilizados por espermatozoides diferentes, e que portanto são genetica e fenotipicamente (ou seja, de aparência) distintos, porém compartilham o útero durante toda a gestação.

Os irmãos gêmeos Maikon e Washington.

Na últimas décadas, a taxa de nascimento de gêmeos monozigóticos permaneceu mais ou menos a mesma. Pra quem não sabe, esses “clones” naturais surgem de um mesmo óvulo, fertilizado pelo mesmo espermatozóide, que depois acaba se dividindo em dois irmãos iguais.

A evolução da medicina em geral, foi outro fator que influenciou no aumento. Isso porque agora a medicina consegue lidar com partos de gêmeos de uma forma muito melhor que décadas atrás, quando essas gestações representavam um risco para a mãe e os gêmeos do que no caso de filhos únicos.

Em média, as mulheres estão esperando mais tempo para ter filhos do que nas décadas passadas, e isso também pode influenciar, já que mulheres mais velhas têm mais chances de liberar mais de um óvulo de uma única vez durante seu ciclo de reprodução.

Mary-Kate e Ashley Olsen, as irmãs gêmeas mais famosas do mundo.

Observando termos geográficos, os maiores aumentos aconteceram em países de alta e média renda (é nesses lugares que se cresce também a busca por técnicas de reprodução assistida). Os números mostram que em comparação com a década de 1980, os nacimentos de gêmeos aumentaram 71% na América do Norte, 58% na Europa e 46% na Oceania. Aqui, na América do Sul, o número não se alterou muito nos últimos 30 anos.

Existe, porém, um continente campeão quando a questão é nascimento de gêmeos: a África. Mesmo com os saltos significativos da América do Norte, Europa e Oceania, na África, 17 partos a cada mil resultam em irmãos gêmeos (um número que permanece mais ou menos o mesmo desde a década de 80). De acordo com a equipe do estudo, fatores genéticos ainda não muito bem compreendidos provavelmente são a explicação desse fenômeno.

“Devemos dar mais atenção para o desenvolvimento dos gêmeos em países de baixa e média renda”, disse, em comunicado, Jeroen Smits, coautor da pesquisa.

Segundo ele, “na África subsaariana em especial, muitos gêmeos perdem seus respectivos irmãos ainda no primeiro ano de vida – cerca de duzentos a trezentos mil a cada ano, de acordo com nossas pesquisas anteriores. Mesmo que as taxas de nascimento de gêmeos em muitos países ocidentais ricos estejam agora se aproximando das da África Subsaariana, há uma enorme diferença nas chances de sobrevivência.”

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