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Epidemias na história

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Nesses últimos dias, as notícias que estão chegando da China nos proporcionaram um estágio de alerta e curiosidade. Provavelmente não nesta ordem. Os casos de Corona vírus estão se espalhando e o medo com ele. Não é novidade um caso de epidemia na história da humanidade. Aliás, o que é uma epidemia? De um modo bem simplório, podemos entender como epidemia um aumento crescente de alguma doença contagiosa dentro de uma época e de um lugar específico. Uma epidemia pode ser algo novo ou alguma doença já conhecida que vai além do número estimado de casos. Por exemplo, no Brasil temos casos de dengue. Todo ano no verão é esperado um certo número de casos. Porém, se esse número exceder, podemos considerar uma epidemia. Vale ressaltar que uma epidemia pode ser de doenças que levam a morte ou não.

Mas para que serve uma epidemia? Essa é uma pergunta que pode ser entendida como um regulador populacional. Como assim? De tempos em tempos as populações de crescem devido a fatores ambientais e climáticos (como também podem diminuir). Como os seres estão em constante mudanças, desde os menos até os mais complexos, acabam sofrendo modificações genéticas. Daí algum vírus ou bactéria sofre mutação e fica mais resistente e passam a ser letal ao ser humano ou outros seres vivos. Por exemplo, já percebeu que ficamos com gripe inúmeras vezes em nossa vida? Então, o vírus da gripe é mutante e vez ou outra nos acomete uma enfermidade. Nosso corpo ao ser infectado passa a criar mecanismos naturais de defesa e fica de prontidão. Lembra da catapora? Quantas vezes você ficou com catapora? Então… Como estamos no planeta há muito tempo, muitas doenças não nos derruba com facilidade ou nem chega s nos causar nada. Mas como os seres vivos mudam, acabam nos causando malefícios.

Vamos relembrar algumas epidemias na história. Provavelmente, a Peste Negra é a mais famosa dentre as epidemias. Oriunda da Ásia, a peste entrou na Europa via as rotas comerciais abertas após as Cruzadas. Estimasse que 1/3 da população europeia morreu com essa doença. Causada pela picada da pulga dos ratos que introjetava a bactéria Yersinia pestis, causando inchaço nos bubões e úlceras expostas. Devido ao ambiente de saneamento precário e elevado contágio por contato com pessoas infectadas, a peste logo teve seu alcance catapultado. Seu tratamento é a base de antibióticos. Mas na época os antibióticos não existiam, foram descobertos no século XX.

Já que tocamos no século XX, podemos relembrar da AIDS, sobretudo a partir dos anos 1980. Transmitida pelo contato de sangue, esperma ou leite materno, causou um medo absurdo e muito preconceito nos final do século. É uma doença viral. Também no final do século XX o mundo ficou horrorizado com a velocidade que o vírus Ébola causava devastação na África. E essas doenças eram aterrorizantes também devido ao avanço da globalização, período em que se intensificou o fluxo de pessoas e doenças.

E o que falar do século XIX? Quem lembra do mal do século? Exatamente, a tuberculose. De fácil contágio, a tuberculose pode ser passada por espirros, compartilhamento de objetos pessoais e gotículas de salivas suspensas no ar. Nesse quesito, ela se assemelha ao Ébola.  A tuberculose levou um bilhão de pessoas a óbito entre meados do século XIX e meados do XX.

Recentemente vimos o H1N1 causar pavor. Mas antes desse, um outro influenza nos causou maior terror e morte, o causador da gripe espanhola. O que causa mais medo é saber que esse vírus está em mutação. Ou seja, não estamos imunes e aparentemente não temos vacina para uma próxima epidemia. Seu contágio é semelhante ao caso da tuberculose. A gripe espanhola não causou pânico somente no XIX não, ela foi responsável pela morte de inúmeros ameríndios durante o processo de colonização. Dizimou povoados inteiros, juntamente com a varíola e o sarampo. O sarampo voltou a crescer não por mutação, mas pela ideia de algumas pessoas de serem contra as vacinas. Já a varíola foi erradicada. Entretanto, seu vírus ainda é mantido em laboratórios e com a manipulação de seus genes, o medo mundial é de uma guerra biológica acontecer. Muito frequente nas ficções, não é uma algo irreal, já que inúmeros laboratórios estudam e mudam a composição genética de vírus e bactérias.

Muitas outras já causaram seu pavor como malária e vaca louca. Lembram? A malária é semelhante ao caso da dengue, o contágio é via uma picada de mosquito que joga para dentro da pessoa o protozoário Plasmodium Essa é a pior doença tropical. Já a vaca louca é pela ingestão de carne bovina contaminada por uma proteína degenerativa que ataca o sistema nervoso. Vale ressaltar que na Guerra do Vietnã, muitos soldados americanos não foram mortos em combate, mas sim de malária.

Tanto no século XIX e no XX a cólera afetou milhões de pessoas pelo mundo. Ao ter contato com água ou alimento contaminado pelo vibrião colérico, o indivíduo adquire a doença. Durante a Guerra do Paraguai, milhares de soldados brasileiros, argentinos, uruguaios e paraguaios foram mortos pela doença. Falta de saneamento é um dos fatores que levam a epidemia. Também no início dos anos 90, partes do Brasil sofreram dessa epidemia. Com a capacidade de sofrer mutações rápidas, o vibrião colérico de tempos em tempos ressurge causando danos para a população.

Um problema recente é o caso das superbactérias. O uso indiscriminado de antibióticos devido a sua compra com facilidade sem prescrição médica, tem feito com que o homem exerça uma seleção artificial das espécies de bactérias. Isso faz com que as superbactérias sejam maiores em quantidade, já que o remédio mata as fracas abrindo espaço para a proliferação das mais fortes e cada vez mais resistentes aos medicamentos. O que levaria mais centenas de anos, o homem acelerou para menos de um século, já que a penicilina foi inventada nos anos 20 do século passado.

Por fim, uma última questão para ser lembrada é o aquecimento global. Com a elevação da temperatura devido ao efeito estufa, os polos estão em franco processo de derretimento. Mais acelerado da história. Com esse derretimento, vírus e bactérias que estavam presos devido às temperaturas negativas podem estar sendo liberados. Os vírus podem ficar “desligados” por milênios, até que haja um gatilho para que ele entre em ação. E a temperatura pode influir nisso. Por exemplo, o vírus da gripe precisa de temperaturas mais baixar para entrar em atividade, por isso ficamos gripados em dias mais frios. Esses vírus presos nas geleiras, muitos não são catalogados e conhecidos pela ciência, embora sejam bastante antigos. Como não são conhecidos e não tiveram tanto ou nenhum contato com o homem, pode ser que sejam responsáveis por novas epidemias e muitas mortes em um futuro bem próximo.

@leandrobuffon

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