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Buffoniando

LSD

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Com toda certeza, você em algum momento já ouviu falar na droga LSD. Caso tenha estudado a guerra fria, ou assistindo um documentário, um filme,  ou até mesmo ouvindo os mais velhos sobre as décadas de 1960 e 1970. Nosso intuito é trazer um pouco dessa história e seus efeitos, para assim, entendermos como essa droga foi amplamente usada e defendida durante um período do século XX.

O LSD foi descoberto acidentalmente (1943) pelo químico suíço Albert Hofmann, que trabalhava para a empresa farmacêutica Sandoz. A sigla significa dietilamina de ácido lisérgico e a pesquisa desenvolvida era para encontrar um estimulante para a circulação sanguínea, que impedia que grávidas viessem a perder a vida. Mas foi o efeito colateral que chamou a atenção e mudou o foco da pesquisa. Um agente estudado era o fungo do centeio, conhecido durante a Idade Média como “vingança divina”, pois era um causador de pestes durante esse período.  Entretanto, esse mesmo fungo tinha uma ação positiva para conter hemorragias.

O que chamou a atenção foi um outro efeito do estudo, as alucinações provocadas pela ingestão. Hofmann acidentalmente levou o dedo à boca, que havia entrado em contato com o composto químico, e assim notou que era transportado para uma outra dimensão. Havia muitas imagens magníficas, fantasiosas e coloridas, seguida de uma excitação (um estágio de ansiedade). A partir daí, o foco passou a ser os efeitos alucinógenos do medicamento. A produção e a distribuição foi orientada para as questões da psiquiatria, para entender melhor os pacientes e suas esquizofrenias. Os próprios médicos passaram a consumir para entender como seria a mente de um esquizofrênico. Outro efeito positivo foi a utilização do fármaco em casos de alcoolismo e disfunção sexual. O LSD foi amplamente utilizado na psiquiatria em larga escala até a década de 1970, quando passou a ser proibida a sua vendagem de fácil acesso e passou a ser utilizado em dosagens pequenas de forma medicinal.

Na década de 1950, agências de inteligência passaram a fazer uso do LSD com dois objetivos: o primeiro era tirar a racionalidade dos seus subordinados, ou seja, fazer com que eles executem as ordens e os planos traçados, pois sem a racionalidade, o medo e o questionamento ficam inibidos, por conta na excitação (ansiedade) provocada. A outra razão era com o objetivo de retirar informações valiosas, como uma espécie de “soro da verdade”. É importante lembrar que é o período do auge da guerra fria e de conflitos como a Guerra do Vietnã.  Vale lembrar que o LSD foi amplamente utilizado em veteranos com Transtorno de Estresse Pós-Traumático.

O movimento hippie e a contracultura criticavam o consumismo exagerado para a época, assim como a padronização proporcionada pelo fordismo. Tal movimento pregava uma vida mais simples, sem a necessidade de uma vida voltada para o trabalho de longas jornadas, sem a necessidade do consumo para ser feliz e a necessidade de uma vida mais bucólica. Por esse motivo, as comunidades se constituíram em áreas afastadas e mais verdes, seguida da ampla utilização do LSD como forma de fugir da realidade paralela como alternativa às mazelas proporcionadas pelo capitalismo criticado.  A facilidade ao acesso ao LSD e as consequências causadas por seu consumo fizeram crescer o número de suicídios devido ao estímulo excessivo provocado pela droga ( além do estágio depressivo com o passar do efeito), como a droga dava a impressão que as pessoas podiam voar, muitos se jogavam de locais elevados acreditando no que viam.

Um estudo publicado na Proceeding of the National Academy of Sciences, liderado por Robin Carhart-Harris, do Imperial College London, demostrou como o LSD age sobre nosso cérebro. O estudo contou com vinte voluntários saudáveis e suas ações cerebrais foram mapeadas por ressonância magnética funcional e magnetoencefalografia. Após o uso da droga percebeu-se que o cortex visual primário – essa região nos ajuda a perceber o ambiente e a processar coisas básicas – a partir daí verificou-se uma expansão da área citada, por isso a percepção do ambiente se modifica e a comunição com o cérebro fica muito mais expandida e excitada, por isso as alucinações. Outra conclusão é a morte do ego (eu), temos a percepção do eu menos ajustada sob o efeito da droga e isso nos dá uma ideia de conectividade universal mais ampliada. Ou seja, nosso autoconhecimento passa a ficar limitado. Por fim,  o LSD age nas transmissões sinápticas, principalmente nos neurotransmissores. O LSD imita a serotonina – reguladora do humor – e modifica o estado de consciência provocando alucinações. Você pode achar que o LSD depois de criminalizado, saiu da sociedade. A partir dos anos 1980, o consumo da droga passou a crescer e hoje muitas drogas sintéticas utilizadas em festas, tomam por base o LSD.

 

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