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Uso do medo para controlar pessoas durante a Covid-19 foi totalitário, admitem cientistas
Os membros do comitê britânico Scientific Pandemic Influenza Group on Behavior (SPI-B) admitiram ter encorajado o uso do medo para controlar o comportamento das pessoas durante a pandemia de Covid-19, e que isso foi antiético e totalitário. É o que mostrou uma reportagem publicada pelo jornal britânico The Telegraph.
Os membros do comitê expressaram pesar sobre as táticas em um livro sobre o papel da psicologia nesses tempos. De acordo com a reportagem que foi publicada em maio, o comitê advertiu ainda em março de 2020, que os políticos precisavam aumentar “o nível percebido de ameaça pessoal” do novo coronavírus que surgiu na China, porque “um número substancial de pessoas ainda não se sente suficientemente ameaçado pessoalmente”.
Gavin Morgan, psicólogo da equipe, afirmou que não é ético usar o medo como meio de controle, e que isso, segundo ele, cheira a totalitarismo.
“Não é uma postura ética para nenhum governo moderno. Por natureza, sou uma pessoa otimista, mas tudo isso me deu uma visão mais pessimista das pessoas”, disse Morgan.
O psicólogo falou ainda com a autora Laura Dodsworth, que passou um ano investigando as táticas do governo para seu livro A State of Fear (Um estado de medo), publicado em maio deste ano.
Os ministros britânicos enfrentaram repetidas acusações de que aumentaram a ameaça da pandemia para justificar os lockdowns e coagir o público a cumpri-los.
O SPI-B é um dos subcomitês que assessora o Grupo de Aconselhamento Científico para Emergências (Sage), liderado por Sir Patrick Vallance, o principal consultor científico.
Um cientista do SPI-B disse a Sra. Dodsworth: “Em março [2020], o governo estava muito preocupado com a conformidade e pensava que as pessoas não gostariam de estarem em casa. Houve discussões sobre a necessidade do medo para encorajar a obediência e decisões foram tomadas sobre como aumentar o medo. A maneira como usamos o medo é distópica. O uso do medo foi definitivamente questionável do ponto de vista ético. Foi como um experimento estranho. No final das contas, o tiro saiu pela culatra porque as pessoas ficaram com muito medo.”
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