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Tecnologia

Analista de tecnologia explica de que forma a decadência do Facebook explica a internet

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Quem diria que um dia frequentar as ruínas do Facebook se tornaria parte da rotina, não por nostalgia, mas por uma economia inteligente? Afinal, o Marketplace, esse mercado de pulgas virtual que surgiu em solo brasileiro em 2018, é um verdadeiro paraíso para quem busca pechinchas, especialmente quando se trata de instrumentos musicais.

Mas vamos encarar a realidade: o Facebook não é mais o mesmo hub vibrante da internet que um dia foi. O que antes era um local para organizar eventos, compartilhar memes, e fortalecer laços, transformou-se em um verdadeiro pandemônio digital. Vídeos clickbait, notícias duvidosas, anúncios personalizados e uma infinidade de conteúdos pagos disputam nossa atenção, obscurecendo a verdadeira essência da plataforma.

O cenário é desolador, especialmente para os mais jovens. Lembro-me dos tempos áureos de 2012, quando o Facebook era o epicentro de nossas vidas sociais online. Mas como chegamos a esse ponto? O crítico de tecnologia Cory Doctorow descreve o processo de decadência das plataformas digitais em três estágios: primeiro, elas encantam os usuários; depois, exploram-nos em prol de seus parceiros comerciais; por fim, abandonam esses parceiros para se apropriarem de todo o valor para si mesmas. É um ciclo implacável que leva à sua própria extinção.

Não é apenas o Facebook que sucumbiu a esse ciclo vicioso. Outros gigantes digitais, como Uber e TikTok, parecem seguir o mesmo roteiro sombrio. Na primeira fase, essas plataformas atraem usuários com preços baixos e uma experiência atraente, mesmo que isso signifique operar com prejuízo. Na segunda fase, consolidam seu domínio ao favorecer fornecedores e parceiros de negócios. E na terceira fase, abandonam esses mesmos parceiros em busca de lucro máximo, deixando para trás um rastro de desolação.

Facebook, a rede social que tem como CEO Mark Zuckerberg.

No entanto, ainda não encontramos uma solução definitiva para combater essa deterioração. O impacto negativo desses gigantes digitais é evidente: a Amazon acabou com muitos negócios locais, a Uber desconsiderou os direitos trabalhistas, e o Facebook transformou a internet em uma terra de poucos senhores.

Sede do Facebook, em Menlo Park, na Califórnia, EUA.

Mas enquanto discutimos os malefícios dessas plataformas nas próprias redes sociais, fica claro o quão difícil é escapar delas. Como bem disse um tweet que vi em um print no Instagram: “Eu sou velho o suficiente para me lembrar de quando a internet não era um grupo de cinco sites, cada um consistindo em prints dos outros quatro.” Uma reflexão profunda sobre o estado atual das nossas relações digitais.

E assim, navegamos pelas ruínas digitais, testemunhando o declínio de uma era e nos perguntando o que virá a seguir. O futuro é incerto, mas uma coisa é certa: a história do Facebook é apenas um capítulo de uma narrativa mais ampla sobre o destino da internet e da sociedade digital.

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